Mísseis S-300 em um campo de treinamento militar russo: o Irã criticou a decisão, acusando Moscou de ter cedido às pressões de Estados Unidos e Israel (Vladimir Mashatin/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2013 às 12h25.
Moscou - O embaixador do Irã em Moscou indicou nesta segunda-feira que os mísseis terra-ar "Tor" oferecidos pela Rússia para substituir os S-300, que tiveram seu contrato cancelado, não são adequados para a república islâmica.
"O sistema 'Tor' que nos foi oferecido não cumpre as funções do S-300 no sistema de defesa que nós concebemos", declarou o embaixador Mahmoud Reza Sadjadi, citado pela agência de notícias Ria Novosti.
Concluído em 2007, o contrato para entrega de avançados mísseis S-300 ao Irã de um valor de 800 milhões de dólares foi cancelado em 2010 pela Rússia respeitando uma resolução das Nações Unidas sobre novas sanções contra Teerã por seu polêmico programa nuclear.
Na ocasião, o Irã criticou a decisão, acusando Moscou de ter cedido às pressões de Estados Unidos e Israel.
A instalação de S-300, capazes de interceptar aviões ou mísseis teleguiados, poderia complicar qualquer projeto dos Estados Unidos ou de seus aliados de estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre a Síria ou de intervir para destruir armas químicas.
Em relação ao contrato com o Irã cancelado por Moscou, Teerã acionou o Tribunal Internacional de Arbitragem, em Genebra (Suíça), exigindo uma compensação de 4 bilhões de dólares.
O diretor do grupo russo de alta tecnologia Rostec, Sergei Chemezov, considerou no final de maio que a Rússia teria poucas chances de ganhar este caso, e que Moscou tentaria resolver a questão amigavelmente.
Os mísseis terra-ar S-300 têm um alcance de 200 km, contra 12 km dos mísseis "Tor", segundo a Ria Novosti.
Europa, Estados Unidos e Israel se opuseram ao contrato de fornecimento dos S-300 pela Rússia, justificando que esae sistema, o equivalente ao sistema Patriot dos Estados Unidos, permitiria a Teerã defender de forma eficaz suas instalações nucleares em caso de ataques aéreos.
O Estado judeu e Washington também têm protestado contra a intenção de Moscou de fornecer S-300 para a Síria.
Apesar de ter negado em diversas ocasiões, o Irã é suspeito de querer desenvolver armas nucleares sob o pretexto de um programa nuclear civil.