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Irã põe em funcionamento centrífugas modernas de enriquecimento de urânio

País deixou acordo que o obrigava a abandonar desenvolvimento de bomba atômica e, em troca, não sofreria sansões econômicas de outras nações

Irã: país ativa usinas nucleares após deixar acordo (WANA (West Asia News Agency)/Reuters)

Irã: país ativa usinas nucleares após deixar acordo (WANA (West Asia News Agency)/Reuters)

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AFP

Publicado em 7 de setembro de 2019 às 10h48.

O Irã anunciou neste sábado, 7, que colocou em funcionamento centrífugas mais modernas para aumentar o estoque de urânio enriquecido no país, em uma nova fase de redução de seus compromissos nucleares, o que preocupa a comunidade internacional.

No entanto, a República Islâmica disse que continuará autorizando o acesso dado até agora aos inspetores da ONU responsáveis pela supervisão de seu programa nuclear, antes de uma visita a Teerã pelo diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Cornel Feruta

O porta-voz da organização de energia atômica do Irã, Behruz Kamalvandi, detalhou neste sábado as medidas da nova etapa do plano para reduzir os compromissos assumidos por Teerã no acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano, assinado em Viena em 2015.

Essa nova fase é a terceira da estratégia adotada pelo Irã desde maio, em represália à decisão dos EUA de abandonar unilateralmente esse acordo em 2018.

Estados Unidos

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, disse neste sábado em Paris que não está surpreendido com o Irã pela ativação de centrífugas avançadas para gerar urânio enriquecido porque o país islâmico "violou os acordos nucleares durante muitos anos".

"Não me surpreende", respondeu Esper quando questionado em entrevista coletiva em Paris ao lado da ministra de Defesa da França, Florence Parly, sobre o anúncio de que o Irã já ativou centrífugas.

Na opinião de Parly, após esse anúncio a França não pode "mais que confirmar o objetivo de fazer com que o Irã respeite o acordo de Viena" assinado em 2015.

Esse acordo, do qual o presidente Donald Trump retirou os EUA após chegar ao poder, obriga o Irã a abandonar os procedimentos para desenvolver a bomba atômica. Em troca, os outros países signatários suspendem as sanções econômicas aplicadas ao país islâmico.

A tensão entre Irã e EUA se transferiu nas últimas semanas para o estreito de Ormuz, onde o governo americano iniciou a operação militar Sentinel para impedir o sequestro de petroleiros e outros navios pelas autoridades iranianas.

A França, que procura restabelecer o diálogo entre as duas partes, apoia uma missão naval europeia de observação para garantir uma "presença dissuasiva" em torno desse estreito. A ministra francesa insistiu que "não há nenhuma concorrência entre essas iniciativas, e sim uma boa coordenação".

Segundo ela, o governo francês apostou nessa missão naval europeia, diferente da americana, como parte da vontade de "diminuir a tensão com o Irã". Já Esper declarou que a operação Sentinel procura "garantir a livre navegação" no estreito de Ormuz.

Além da crise iraniana, Parly ressaltou que o compromisso da França na Otan "é total" e, diante das suspeitas americanas, garantiu que as iniciativas europeias no âmbito da defesa "reforçam a aliança" porque aumentam as capacidades dos europeus.

(Com EFE e AFP)

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