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Irã não tem favorito na reta final da campanha presidencial

Para prevenir o risco de protestos, o regime e os organismos de segurança não parecem desejar um segundo turno entre os dois candidatos mais votados

Trabalhadores iranianos: a campanha continua hoje com o terceiro e último debate televisivo entre os candidatos. (Mehr News Agency/Majid Asgaripour/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Teerã - Faltando uma semana para as eleições presidenciais do Irã , oito candidatos chegam à reta final da campanha com dúvidas sobre quem é o favorito e a possibilidade de alguns retirarem suas candidaturas antes da realização do pleito.

"Dentro das especulações e das notícias veladas características do regime iraniano, ninguém parece saber até agora quem é o favorito como presidente e nem sequer quem tem a preferência dos poderes. Estou confuso", disse hoje à Agência Efe um diplomata europeu.

Segundo esta fonte, "há menos de um mês, quando estava a ponto de fechar o prazo de inscrição de candidatos, o claro favorito aprovado por Khamenei (líder supremo), era Velayati (seu assessor), que agora parece descartado".

"O favorito do líder e dos militares do Corpo dos Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC) naquela data passou a ser (o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Said) Jalili, que apareceu como uma surpresa e foi aplaudido pelos setores mais conservadores", acrescentou a fonte.

Na opinião do diplomata, "Jalili continua sendo o trunfo do setor mais conservador e religioso do regime, mas não tem muito apoio e dá a sensação de que está perdendo terreno para o prefeito de Teerã", Mohamad Bagher Qalibaf, também ultraconservador, mas um pouco mais pragmático e "com respaldo do IRGC e experiência administrativa".

Um diplomata latino-americano disse que os comentários públicos do comando do IRGC e do próprio Khamenei, que entre outras coisas disse que não é a favor de um candidato específico, "também geram dúvidas, mas é certo que o eleito será um ultraconservador".


Sobre este assunto, o aiatolá Seyed Ahmad Khatami disse hoje mesmo na Universidade de Teerã que o sistema islâmico "não deseja a vitória de um determinado candidato".

Khatami, um clérigo radical, advertiu que não serão admitidos protestos e "será impossível um motim e distúrbios similares aos ocorridos após as eleições de 2009", em referência as denúncias de fraude e as mobilizações dos reformistas, que foram violentamente reprimidos.

Para prevenir o risco de protestos, o regime e os organismos de segurança não parecem desejar um segundo turno entre os dois candidatos mais votados.

A campanha continua hoje com o terceiro e último debate televisivo entre os candidatos sobre questões de política externa, com assuntos importantes como a negociação nuclear e as sanções internacionais.

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Teerã - Faltando uma semana para as eleições presidenciais do Irã , oito candidatos chegam à reta final da campanha com dúvidas sobre quem é o favorito e a possibilidade de alguns retirarem suas candidaturas antes da realização do pleito.

"Dentro das especulações e das notícias veladas características do regime iraniano, ninguém parece saber até agora quem é o favorito como presidente e nem sequer quem tem a preferência dos poderes. Estou confuso", disse hoje à Agência Efe um diplomata europeu.

Segundo esta fonte, "há menos de um mês, quando estava a ponto de fechar o prazo de inscrição de candidatos, o claro favorito aprovado por Khamenei (líder supremo), era Velayati (seu assessor), que agora parece descartado".

"O favorito do líder e dos militares do Corpo dos Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC) naquela data passou a ser (o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Said) Jalili, que apareceu como uma surpresa e foi aplaudido pelos setores mais conservadores", acrescentou a fonte.

Na opinião do diplomata, "Jalili continua sendo o trunfo do setor mais conservador e religioso do regime, mas não tem muito apoio e dá a sensação de que está perdendo terreno para o prefeito de Teerã", Mohamad Bagher Qalibaf, também ultraconservador, mas um pouco mais pragmático e "com respaldo do IRGC e experiência administrativa".

Um diplomata latino-americano disse que os comentários públicos do comando do IRGC e do próprio Khamenei, que entre outras coisas disse que não é a favor de um candidato específico, "também geram dúvidas, mas é certo que o eleito será um ultraconservador".


Sobre este assunto, o aiatolá Seyed Ahmad Khatami disse hoje mesmo na Universidade de Teerã que o sistema islâmico "não deseja a vitória de um determinado candidato".

Khatami, um clérigo radical, advertiu que não serão admitidos protestos e "será impossível um motim e distúrbios similares aos ocorridos após as eleições de 2009", em referência as denúncias de fraude e as mobilizações dos reformistas, que foram violentamente reprimidos.

Para prevenir o risco de protestos, o regime e os organismos de segurança não parecem desejar um segundo turno entre os dois candidatos mais votados.

A campanha continua hoje com o terceiro e último debate televisivo entre os candidatos sobre questões de política externa, com assuntos importantes como a negociação nuclear e as sanções internacionais.

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