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Após disputa acirrada, Japão define Shigeru Ishiba como o novo primeiro-ministro

Parlamento se reunirá em outubro para analisar indicação e deve referendar nome do político

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 27 de setembro de 2024 às 08h45.

Última atualização em 27 de setembro de 2024 às 08h49.

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O ex-ministro da Defesa Shigeru Ishiba será o novo primeiro-ministro do Japão. Segundo informações da CNN, Ishiba venceu a disputa pela liderança de seu partido, nesta sexta-feira.

O político de 67 anos assume o controle do Partido Liberal Democrático (LDP) e passará a comandar a quarta maior economia do mundo, assim que o Parlamento se reunir, em outubro, e endossar seu nome para o cargo.

Segundo, ainda, a CNN, Ishiba foi um dos nove candidatos apresentados e derrotou a ministra da Segurança Econômica, Sanae Takaichi - que disputava para se tornar a primeira mulher líder do Japão - no segundo turno. Um terceiro favorito, que não foi até o fim da disputa, era Shinjiro Koizumi, filho carismático do popular ex-primeiro-ministro Junichiro Koizumi.

ESsa foi a quinta tentativa de Ishiba de liderar o partido, uma máquina política conservadora que governou o Japão quase continuamente desde a fundação da sigla, em 1955.

Em uma cultura política que valoriza a conformidade, Ishiba tem sido uma espécie de exceção, disposto a criticar e ir contra seu próprio partido. Essa disposição deu a ele inimigos poderosos dentro do LDP, mas o tornou querido por mais membros de base e pelo público.

Ele faz parte da ala mais progressista do partido conservador. Veterano político, Ishiba prometeu uma "saída total" das altas taxas de inflação do Japão, prometendo alcançar o "crescimento dos salários reais". Ele também apóia a legislação que poderia permitir que mulheres casadas mantivessem seus nomes de solteira, disse que o Japão deveria reduzir sua dependência da energia nuclear em favor de energias renováveis e pediu uma versão asiática do bloco de segurança da Otan, para combater as ameaças da China e da Coreia do Norte.

Ishiba sucederá o primeiro-ministro Fumio Kishida, que anunciou em agosto que deixaria o cargo, após uma série de escândalos políticos que alimentaram pedidos para que ele renunciasse.

Nos últimos meses, o LDP se envolveu em um dos maiores escândalos políticos do Japão em décadas. Duas das facções mais influentes do LDP foram acusadas de não declarar adequadamente suas receitas e despesas e, em alguns casos, supostamente redirecionar fundos políticos para legisladores como propinas.

Escândalos em torno de vários funcionários de alto escalão não ajudaram, com alguns acusados de envolvimento com violações da lei eleitoral ou de comentários ofensivos contra minorias.

Kishida tentou conter os danos, substituindo vários ministros no ano passado e abolindo sua própria facção partidária.

Como líder do partido no poder, Ishiba terá a tarefa de melhorar a imagem do LDP antes das eleições gerais do próximo ano.

Ele também assumirá o comando em um momento de aumento do custo de vida, que foi exacerbado pelo iene fraco.

Com uma eleição presidencial dos EUA em novembro, Ishiba navegará nas relações japonesas com um novo líder americano em meio a crescentes desafios de segurança na Ásia, incluindo uma China cada vez mais assertiva e a beligerante Coreia do Norte.

A parceria com o Japão tem sido fundamental para a estratégia dos EUA na região da Ásia-Pacífico, e seu antecessor Kishida, este ano, expandiu a cooperação de defesa do Japão com seu principal aliado.

Ishiba tem sido forte na dissuasão como uma questão de segurança e, ecoando as palavras de seu antecessor durante uma recente viagem a Taiwan, disse que "o que está acontecendo na Ucrânia hoje pode ser um problema que o Nordeste da Ásia enfrenta amanhã", de acordo com a Kyodo News.

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