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Investigação sobre interferência russa nos EUA se acelera

Pelo menos uma pessoa deve ser acusada, segundo fontes de grandes veículos da mídia norte-americana

Donald Trump e Vladimir Putin apertam as mãos durante encontro no G20 em 07/07/2017 (Steffen Kugler/Courtesy of Bundesregierung/Handout/Reuters)

Donald Trump e Vladimir Putin apertam as mãos durante encontro no G20 em 07/07/2017 (Steffen Kugler/Courtesy of Bundesregierung/Handout/Reuters)

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AFP

Publicado em 28 de outubro de 2017 às 15h04.

O procurador especial americano Robert Mueller apresentou acusações contra pelo menos uma pessoa na investigação sobre a influência russa na campanha eleitoral dos Estados Unidos em 2016, marcando, assim, uma nova etapa judicial deste caso.

Ainda não foi revelado quem é a pessoa, ou qual a acusação. A emissora CNN confirmou com várias fontes que um grande júri federal aprovou as acusações na sexta-feira (27) e que, na segunda-feira, podem ocorrer detenções.

O jornal The Wall Street Journal também disse que se trata de pelo menos uma pessoa.

A equipe de Mueller continua em silêncio, fiel ao seu estilo, desde que o ex-diretor do FBI assumiu a explosiva investigação, em 17 de maio passado.

Mueller foi nomeado pelo número dois do Departamento de Justiça, Rod Rosenstein, depois do presidente Donald Trump demitir o diretor do FBI, James Comey.

Até então, era o FBI (a Polícia Federal americana) que fazia a investigação, iniciada em julho de 2016.

Um procurador especial é mais independente do poder político que um convencional, mesmo se continua sob supervisão do departamento.

O alcance da investigação inclui todas as ações da Rússia para influenciar nas eleições americanas, em particular uma possível colusão com americanos, ou membros da equipe de campanha de Trump. O presidente negou repetidamente qualquer contato com Moscou.

A equipe de Mueller também analisa uma possível tentativa de obstrução da Justiça por parte do mandatário, que admitiu ter demitido Comey por este caso.

Em uma audiência ante o Congresso, Comey disse que, num encontro pessoal, o presidente tinha exigido lealdade e tinha pedido que freasse a investigação sobre seu ex-assessor presidencial, Michael Flynn.

- Contra-ataque a Hillary -

O ex-chefe de campanha de Trump, Paul Manafort, está na lista de suspeitos dos investigadores, em particular devido às suas relações financeiras com a Rússia como lobista e consultor ao longo dos anos.

Michael Flynn, efêmero primeiro-assessor da Segurança Nacional do presidente, também estaria sob o escrutínio por seu trabalho de lobista. Além disso, ele se reuniu com funcionários russos depois das eleições.

A iminência das prisões desatou uma onda de revolta entre os partidários mais fervorosos de Trump, que, como ele, garantem que a investigação de Mueller é uma "caça às bruxas".

Sean Hannity, defensor efusivo do presidente e apresentador da Fox News, argumentou que a investigação de Mueller é uma cortina de fumaça para ocultar outro escândalo de Hillary Clinton, rival de Trump nas eleições.

"Quando Hillary Clinton será acusada?", tuitou.

Recentemente, os republicanos reabriram o caso de uma venda de minas de urânio americano em 2010, quando Clinton era chefe da diplomacia de Barack Obama, ao grupo nuclear público russo Rosatom. Eles acusam a ex-secretária de Estado de ter permitido a venda em troca de doações para a Fundação Clinton.

A isso se soma a revelação, nesta semana, de que a equipe de campanha de Clinton e o Partido Democrata pagaram ao investigador particular britânico que, no ano passado, fez um polêmico relatório sobre Donald Trump, incluindo informações comprometedoras sobre seu vínculos com a Rússia.

Para os democratas, ambos os casos são uma tentativa clara de distração, especialmente o do urânio, conhecido e analisado há anos. Mas a Casa Branca os exploraria para acusar Clinton de colusão com a Rússia.

"Estamos começando a ver que os próprios democratas são realmente culpados de tudo o que eles acusaram o presidente", disse a porta-voz presidencial Sarah Huckabee Sanders, nesta sexta-feira.

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