Turquia ataca curdos na Síria. (Anadolu Agency / Colaborador/Getty Images)
Reuters
Publicado em 12 de outubro de 2019 às 13h48.
BEIRUTE (Reuters) - As Forças Democráticas Sírias (SDF, sigla em inglês) disseram que o ataque turco ao norte da Síria ressuscitou o Estado Islâmico e pediu que estados aliados que ajudaram a lutar contra o grupo jihadista fechassem o espaço aéreo para aviões de guerra turcos.
Em um comunicado pela televisão, o oficial sênior da SDF, Redor Xelil, disse que a SDF continuava a cooperar com a coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico, embora agora também tenha que enfrentar o ataque turco no norte da Síria.
"A invasão turca não está mais ameaçando o renascimento do Daesh (Estado Islâmico), mas já o reviveu e ativou suas células em Qamishli e Hasaka e em todas as outras áreas", afirmou Xelil, acrescentando que carros-bomba foram acionados em cada uma dessas cidades no último dia.
"Ainda estamos cooperando com a coalizão internacional para enfrentar o Daesh, mas agora, estamos lutando em duas frentes: uma contra a invasão turca e uma contra o Daesh", disse.
Xelil afirmou que soldados da SDF que protegeram forças da coalizão na Síria há quatro anos agora estão "sendo martirizadas por aviões de guerra turcos debaixo dos olhos dos aliados" os quais, disse ele, "de repente e sem aviso nos abandonaram", em uma aparente referência à medida dos EUA de retirar suas forças de parte da fronteira que agora está sendo alvo da Turquia.
"Não queremos que eles enviem suas tropas às linhas de frente. Tudo que queremos é que fechem o espaço aéreo para aviões turcos e eles podem fazer isso facilmente", disse.
Citando os ataques com carros-bomba do Estado Islâmico em Qamishli e Hasaka, e o bombardeio turco em uma prisão em Qamishli que a SDF afirmou ter permitido que presos do EI escapassem, Xelil afirmou: "Apesar de tudo isso, o mundo ainda está ignorando essa realidade e ignorando o inferno que está por vir".
Se o ataque turco continuar, as prioridades da SDF mudarão, em relação a vigiar presos do Estado Islâmico, e "moveremos para proteger nossas cidades e nosso povo", disse Xelil, em resposta a uma pergunta.