Londres volta a conviver com medidas de restrição à circulação de pessoas por causa da pandemia (Bloomberg/Bloomberg)
Marcelo Sakate
Publicado em 18 de outubro de 2020 às 12h08.
Manifestantes contrários a novas medidas de lockdown se reuniram no centro de Londres no sábado, 17, horas depois que a capital britânica passou para o segundo nível mais alto de alerta contra a covid-19.
À medida que uma segunda onda de infecções ganha velocidade, o governo do primeiro-ministro Boris Johnson intensificou as restrições em partes da Inglaterra onde os casos estão aumentando -- na esperança de proteger a economia e permitir que as regiões menos afetadas permaneçam abertas.
No sábado, foram mais de 16 mil novos casos, cinco vezes o número apenas um mês atrás. E cerca de 150 pessoas morreram.
A partir da meia-noite de sexta-feira, 16, Londres passou para o "nível 2" ou "alto risco". Isso proíbe pessoas de encontrar alguém fora de sua casa ou "bolhas de apoio" -- incluindo amigos ou parentes que ajudam a cuidar de crianças -- em qualquer ambiente interno.
As regras também proíbem mais de seis pessoas de se encontrar ao ar livre, embora a polícia tenha optado por não aplicá-las, enquanto milhares de ativistas antilockdown marchavam pela Oxford Street, uma das ruas comerciais mais movimentadas do mundo em tempos normais.
Os manifestantes consideram as restrições contra a covid-19 desnecessárias e uma violação dos direitos humanos. Alguns se opõem ao uso de máscaras e à vacinação.
Muitos carregavam cartazes dizendo: "Meu corpo, minha escolha, não às máscaras obrigatórias".
"Há muitas coisas que podem matá-lo, você sabe, pode acontecer qualquer dia", disse o manifestante Aragorn Kyley, 17 anos. "É sobre viver, não apenas sobreviver. Queremos ser capazes de desfrutar de nossas vidas, não apenas ficar presos em casa."
Neste sábado, 57% da população do Reino Unido viviam sob restrições mais rígidas contra a covid-19.