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Índia deve reeleger Modi em eleição que chega ao 35º dia

Índia encerra suas eleições no próximo domingo e deve manter primeiro-ministro no cargo apesar de dúvidas sobre números de PIB e de desemprego

Modi: os recentes conflitos entre a Índia e o Paquistão reascenderam um sentimento nacionalista e parece ter resgatado a confiança do eleitorado do primeiro ministro (Anuwar Hazarika/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2019 às 06h12.

Última atualização em 17 de maio de 2019 às 15h58.

Acusado pela oposição de mascarar as estimativas do Produto Interno Bruno (PIB) bem como os números de desempregados no país, o atual primeiro-ministro indiano, Nerendra Modi, é apontado como favorito para vencer as eleições que terminam neste domingo.O pleito, apelidado de “festival da democracia”, será encerrado no próximo domingo, 19, após uma votação em sete etapas que durou mais de um mês e contou com cerca de 900 milhões de pessoas. O partido de Modi deve continuar liderando o parlamento de 543 representantes pela segunda vez.

Com Modi, a Índia tem conseguido crescer na casa dos 7% ao ano, superando a China, tradicional campeã em velocidade, que vem crescendo em média 6,5% ao ano. O resultado é o principal trunfo de sua campanha de reeleição. Mas aoposição, liderada pelo maior rival político Rahul Gandhi, acusa Modi de mascarar os reais números do crescimento indiano, e também as cifras do desemprego. Até mesmo a economista-chefe do fundo monetário internacional (FMI), Gita Gopinath, disse que “há questões que ainda precisam ser consertadas” em relação ao cálculo do PIB indiano.

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Em dezembro, sob o argumento de que os dados não condiziam com a realidade, o governo indiano resolveu não divulgar uma pesquisa periódica com a taxa de desemprego no país. Na ocasião, o presidente do órgão de supervisão de estatísticas do governo, PC Mohanan, pediu demissão e declarou que as estatísticas estavam sendo usadas como um “instrumento político”. Mesmo com a censura de Modi, os dados acabaram vazando, e o resultado foi o maior índice de desemprego dos últimos 45 anos, com uma taxa 6,5%, número que mostra uma dificuldade em transformar crescimento em benefício concreto para a população.

Embora há algumas semanas as pesquisas indicassem que o alto índice de desemprego poderia tirar o favoritismo de Modi, os recentes conflitos entre a Índia e o Paquistão reascenderam um sentimento nacionalista e parecem ter resgatado a confiança do eleitorado do primeiro ministro.

Em fevereiro, um atentado terrorista a bomba na porção da Caxemira indiana matou 40 policiais do país. A ação foi reivindicada por um grupo paquistanês, e em resposta, a Índia bombardeou o território vizinho (onde supostamente estavam os terroristas), encorpando a escalada de tensão. O contra-ataque,  que ressuscitou um conflito histórico nunca solucionado, agradou a população. O “festival da democracia” deve consagrar Modi no domingo.

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