Refugiados: "Terminou uma etapa, a partir de agora fechamos a rota que cruza pelos Bálcãs ocidentais", explicou Orbán (Laszlo Balogh / Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de março de 2016 às 08h42.
Budapeste - O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, afirmou que a rota dos Bálcãs, usada pelos refugiados que viajam rumo à Europa foi fechada após a cúpula realizada na segunda-feira em Bruxelas entre a Turquia e a UE, e insistiu em rejeitar a realocação de solicitantes de asilo em países comunitários.
"Terminou uma etapa, a partir de agora fechamos a rota que cruza pelos Bálcãs ocidentais", explicou Orbán à imprensa após sair do encontro dos líderes comunitários na noite de ontem, segundo o site "atv".
Sobre o princípio de acordo alcançado com a Turquia, o primeiro-ministro húngaro explicou que Budapeste se opõe "claramente" à proposta que, para cada sírio que a Turquia readmitir desde as ilhas gregas, outro sírio seja realocado legalmente desde a Turquia aos Estados-membros dos UE.
Esta foi uma das propostas que o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, pôs ontem sobre a mesa na cúpula, junto com a de acelerar a liberalização de vistos, o desembolso de mais dinheiro e a abertura de cinco capítulos nas negociações de adesão à UE.
Orbán qualificou as proposta da Turquia de "difíceis" e lembrou que a Hungria e a Eslováquia denunciaram o sistema de realocação de refugiados no Tribunal Europeu de Justiça e que os dois países se opõem a esta proposta.
Os líderes da UE anunciaram um princípio de acordo sobre as novas reivindicações da Turquia para conter o fluxo em direção à Europa de imigrantes irregulares e refugiados, também sírios, que incluem outros três bilhões de euros.
Já a Turquia se comprometeria a aceitar a devolução de "todos os imigrantes irregulares que cruzaram desde a Turquia às ilhas gregas sempre que a UE assumir os custos" de repatriação.
Os líderes comunitários voltarão a se reunir semana que vem com Davutoglu e até lá trabalharão sobre a nova proposta turca.
Orbán garantiu que a Hungria não aceitará "nenhuma das versões" do sistema de realocação de refugiados nos países comunitários.