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HRW denuncia torturas contra prostitutas na China

Os profissionais do sexo são alvos de torturas, estupros e prolongadas prisões arbitrárias por parte das autoridades chinesas


	Mulher aguarda clientes em Pequim em julho de 2008: muitas vítimas dos abusos policiais temem denunciar os maus tratos
 (Frederic J. Brown/AFP)

Mulher aguarda clientes em Pequim em julho de 2008: muitas vítimas dos abusos policiais temem denunciar os maus tratos (Frederic J. Brown/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2013 às 10h06.

Hong Kong - Os homens e mulheres que se prostituem na China são tratados pelas autoridades como se não tivessem direitos e são alvos de torturas, estupros e prolongadas prisões arbitrárias em "campos de reeducação", denunciou a ONG Human Rights Watch (HRW) em um relatório publicado nesta terça-feira.

"Os trabalhadores do sexo são tratados como se não tivessem direitos", afirmou Sophie Richardson, responsável pelo setor chinês da HRW durante a apresentação do estudo em Hong Kong.

"Em vez de serem protegidos pela polícia, os profissionais do sexo sofrem com frequência maus-tratos e torturas em detenção" e alguns são enviados sem nenhum tipo de julgamento aos chamados "campos de reeducação pelo trabalho em períodos de até dois anos", acrescentou.

"Me espancaram e me deixaram com o corpo cheio de hematomas porque me negava a reconhecer que me prostituía", relatou à HRW uma mulher identificada como Xiao Yue.

Outra mulher foi amarrada em uma árvore junto com outras duas prostitutas, foi espancada e recebeu água gelada no corpo.

Muitas vítimas dos abusos policiais temem denunciar os maus tratos.

"Me estupraram muitas vezes, mas como sou prostituta e propor serviços sexuais é algo ilegal, podem me deter. Por isso nunca quis apresentar uma denúncia", explicou uma das prostitutas, chamada de Mimi.

Segundo Richardson, na China houve "um crescimento impressionante da prostituição" desde o início das reformas econômicas, no fim dos anos 1970, e atualmente entre 4 e 6 milhões de pessoas se prostituem, em sua maioria das classes mais humildes.

A ONG, com sede em Nova York, realizou sua investigação entre 2008 e 2012, com testemunhos de 75 profissionais do sexo, principalmente em Pequim.

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