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Hotéis de Roma trocam turistas por pacientes com covid-19

Após aumento do número da casos e falta de leitos em hospitais, hotéis da cidade são alternativas para internações

Roma: Foram providenciadas pelo ministério de assuntos regionais 15.000 camas de hotel para serem usadas em todo o país (AFP/AFP Photo)

Roma: Foram providenciadas pelo ministério de assuntos regionais 15.000 camas de hotel para serem usadas em todo o país (AFP/AFP Photo)

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AFP

Publicado em 12 de novembro de 2020 às 14h41.

Última atualização em 12 de novembro de 2020 às 15h03.

O luxuoso saguão do hotel costumava estar cheio de viajantes e turistas. Agora, são médicos em trajes de proteção que recebem pacientes de hospitais de Roma saturados de casos de coronavírus.

O famoso Sheraton Parco de'Medici, um dos 15 hotéis que abrigam pacientes de covid-19 na capital italiana, tem capacidade para 800 leitos, mas já ocupou metade deles até agora, segundo dados da região do Lazio.

"A falta de leitos nos últimos dias levou ao bloqueio de ambulâncias na entrada de emergência dos hospitais", explicou Simona Amato, diretora de um dos centros de saúde locais em Roma.

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O Sheraton, com piscina e localizado no meio de um campo de golfe no sul de Roma, disponibilizou 169 quartos para pacientes, 49 deles equipados com oxigênio.

Também pode ajudar pessoas assintomáticas que precisam de um local para se isolar, pacientes em recuperação e aqueles que precisam de tratamento mas não estão gravemente doentes.

A Itália, o primeiro país europeu a ser afetado pelo coronavírus no início deste ano, registrou um aumento alarmante de casos nas últimas semanas, com mais de 30 mil infectados e 600 mortes registradas nesta quinta-feira.

15.000 camas de hotéis à disposição

Com hospitais e clínicas sob forte pressão e muitos hotéis vazios devido à falta de turistas, o Ministro de Assuntos Regionais, Francesco Boccia, providenciou 15.000 camas de hotel para serem usadas em todo o país para pacientes do covid-19.

Nem todas as 20 regiões da Itália optaram por essa medida, embora Boccia tenha prometido aumentar a rede "para aliviar a pressão em emergências e sobre os médicos de família".

Christian, um enfermeiro de 23 anos, deu entrada no Roman Sheraton depois que começou a sofrer de sintomas leves. Como ele mora com os pais, tem medo de infectá-los.

"Eles nos visitam duas vezes ao dia, há equipe médica 24 horas por dia. A sala tem todas as comodidades e está equipada com tanque de oxigênio porque nos primeiros dias tive dificuldade para respirar", disse.

"Os dias são muito longos, passo o tempo vendo filmes no computador e estudando”, conta.
Antonella De Gregorio, gerente do Urban Garden Hotel, na outra ponta da cidade, disponibilizou 50 quartos para pacientes com coronavírus assintomáticos que não podem cumprir a quarentena em suas casas ou que tenham uma casa pequena.

A instalação tem experiência porque habilitou quartos durante o primeiro surto da Itália no início deste ano.

Cada quarto custa 30 euros por dia para as autoridades regionais. Há atendimento médico e a equipe do hotel não tem contato com os pacientes, concentrando-se nas tarefas administrativas.

"Oferecemos um serviço e ao mesmo tempo podemos cobrir algumas despesas e poupar empregos", explica De Gregorio.

Sem turistas e com contas no vermelho, os hotéis da capital tentam sobreviver a uma das piores crises da história recente.

Após o primeiro surto de coronavírus em março, eles registraram uma ligeira recuperação entre julho e agosto, segundo o presidente da federação de hotéis Federalberghi, Giuseppe Roscioli. O golpe veio em setembro, com 90% menos turistas em relação ao mesmo mês de 2019.

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