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Hong Kong se prepara para decidir polêmica reforma política

Para ser aprovada, dois terços do parlamento deverão votar a favor da proposta, mas legisladores de partidos democráticos mostraram resistência ao pacote

Manifestante pró-Pequim tenta bater em homem pró-democracia em frente ao prédio do governo em Hong Kong: Manifestações dos grupos demacráticos ficaram conhecidas como "Revoluçao dos guarda-chuvas" (Philippe Lopez/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2015 às 08h32.

Hong Kong - Hong Kong se prepara uma histórica votação sobre o pacote de reformas eleitorais, apresentado pelo governo de Pequim, com a expectativa de que não será aprovado pela maioria do parlamento e sob renovadas manifestações populares que pedem que seja barrado.

Dez meses depois de Pequim apoiar oficialmente o polêmico plano sobre o método de seleção de candidatos à chefia do governo de Hong Kong, o parlamento da cidade votará a partir de amanhã, quarta-feira, no máximo até na sexta-feira se esta reforma acontecerá ou não.

Para ser aprovada, dois terços dos 70 parlamentares deverão votar a favor da proposta, mas 27 dos legisladores pertencem a partidos democráticos e mostraram uma aparente unidade em rejeitar o pacote de reformas por considerá-lo um "falso método de sufrágio universal".

A proposta eleitoral que será debatida determina que os candidatos para as eleições de 2017 devem ser escolhidos por um comitê de indicações composto por 1.200 membros ligados ao governo chinês, o primeiro passo para que, pela primeira vez na história de Hong Kong, os cinco milhões de cidadãos registrados votem em seus representantes.

Os grupos democráticos, sob a bandeira de Occupy Central, bloquearam algumas das principais ruas de Hong Kong ano passado durante 79 dias em protesto por esta iniciativa, movimento que ficou conhecido como a 'Revolução dos guarda-chuvas.'

Convocações mais modestas têm acontecido desde domingo nas imediações do edifício parlamentar para pedir aos legisladores que não cedam às pressões do governo de Pequim e rejeitem sua proposta, inclusive se isso representar uma estagnação no plano para avançar rumo a um sistema democrático.

"Se aceitarmos a proposta de Pequim se dará por concluída a reforma eleitoral para Hong Kong e com isso o objetivo de conseguir um sistema democrático para nossa cidade", disse à Agência Efe Lau Sau Yin, porta-voz da organização democrática Umbrella Blossom, um dos vários grupos que surgiram com as manifestações.

"A China não é um sistema democrático, as pessoas de Hong Kong não esperam então que o governo central vá dar este sistema à cidade", comentou à Efe Jonathan London, sociólogo da Universidade de Hong Kong.

As tentativas diplomáticas de Pequim para tentar romper a estagnação do pacote de reformas não parecem ter conseguido o efeito desejado.

A reunião de 31 de maio entre legisladores liberais e funcionários do governo só serviu para mostrar a divisão existente agora no parlamento de Hong Kong .

Diante das possíveis tensões, uma grande quantidade de policiais foi destacada para monitorar as imediações dos edifícios do governo no distrito financeiro de Admiralty, enclave dos protestos pró-democráticos, e dezenas deles já montam guarda ao redor da sede do parlamento.

A presença policial aumentou depois de as autoridades da ilha deterem ontem 10 pessoas que estariam envolvidas em um plano para detonar explosivos durante o debate da reforma eleitoral, segundo a imprensa local.

Questionado sobre as detenções, Lu Kang, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês durante entrevista coletiva em Pequim, evitou hoje responder diretamente e disse que "o voto é muito importante, portanto esperamos que se possa realizar sem incidentes".

"Alguns tentam perturbar o processo, mas isso vai contra os interesses da população", acrescentou.

Além disso, uma cerca metálica cobre há uma semana o perímetro do edifício do Conselho Legislativo, e será limitado o número de pessoas que poderão ter acesso ao plenário a partir de amanhã.

As manifestações começaram domingo, com um protesto que reuniu três mil pessoas, e grupos democráticos realizam debates e concentrações nas imediações do parlamento para tentar convencer os políticos liberais a manterem a unidade mostrada até agora.

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Hong Kong - Hong Kong se prepara uma histórica votação sobre o pacote de reformas eleitorais, apresentado pelo governo de Pequim, com a expectativa de que não será aprovado pela maioria do parlamento e sob renovadas manifestações populares que pedem que seja barrado.

Dez meses depois de Pequim apoiar oficialmente o polêmico plano sobre o método de seleção de candidatos à chefia do governo de Hong Kong, o parlamento da cidade votará a partir de amanhã, quarta-feira, no máximo até na sexta-feira se esta reforma acontecerá ou não.

Para ser aprovada, dois terços dos 70 parlamentares deverão votar a favor da proposta, mas 27 dos legisladores pertencem a partidos democráticos e mostraram uma aparente unidade em rejeitar o pacote de reformas por considerá-lo um "falso método de sufrágio universal".

A proposta eleitoral que será debatida determina que os candidatos para as eleições de 2017 devem ser escolhidos por um comitê de indicações composto por 1.200 membros ligados ao governo chinês, o primeiro passo para que, pela primeira vez na história de Hong Kong, os cinco milhões de cidadãos registrados votem em seus representantes.

Os grupos democráticos, sob a bandeira de Occupy Central, bloquearam algumas das principais ruas de Hong Kong ano passado durante 79 dias em protesto por esta iniciativa, movimento que ficou conhecido como a 'Revolução dos guarda-chuvas.'

Convocações mais modestas têm acontecido desde domingo nas imediações do edifício parlamentar para pedir aos legisladores que não cedam às pressões do governo de Pequim e rejeitem sua proposta, inclusive se isso representar uma estagnação no plano para avançar rumo a um sistema democrático.

"Se aceitarmos a proposta de Pequim se dará por concluída a reforma eleitoral para Hong Kong e com isso o objetivo de conseguir um sistema democrático para nossa cidade", disse à Agência Efe Lau Sau Yin, porta-voz da organização democrática Umbrella Blossom, um dos vários grupos que surgiram com as manifestações.

"A China não é um sistema democrático, as pessoas de Hong Kong não esperam então que o governo central vá dar este sistema à cidade", comentou à Efe Jonathan London, sociólogo da Universidade de Hong Kong.

As tentativas diplomáticas de Pequim para tentar romper a estagnação do pacote de reformas não parecem ter conseguido o efeito desejado.

A reunião de 31 de maio entre legisladores liberais e funcionários do governo só serviu para mostrar a divisão existente agora no parlamento de Hong Kong .

Diante das possíveis tensões, uma grande quantidade de policiais foi destacada para monitorar as imediações dos edifícios do governo no distrito financeiro de Admiralty, enclave dos protestos pró-democráticos, e dezenas deles já montam guarda ao redor da sede do parlamento.

A presença policial aumentou depois de as autoridades da ilha deterem ontem 10 pessoas que estariam envolvidas em um plano para detonar explosivos durante o debate da reforma eleitoral, segundo a imprensa local.

Questionado sobre as detenções, Lu Kang, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês durante entrevista coletiva em Pequim, evitou hoje responder diretamente e disse que "o voto é muito importante, portanto esperamos que se possa realizar sem incidentes".

"Alguns tentam perturbar o processo, mas isso vai contra os interesses da população", acrescentou.

Além disso, uma cerca metálica cobre há uma semana o perímetro do edifício do Conselho Legislativo, e será limitado o número de pessoas que poderão ter acesso ao plenário a partir de amanhã.

As manifestações começaram domingo, com um protesto que reuniu três mil pessoas, e grupos democráticos realizam debates e concentrações nas imediações do parlamento para tentar convencer os políticos liberais a manterem a unidade mostrada até agora.

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