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Hillary conclui conversa Israel-Palestina sem superar divergências

Apesar de envolvidos considerarem que não houve muitos avanços, secretária de Estado norte-americana está confiante

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas (Alex Brandon/AFP)
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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2010 às 14h55.

Ramallah - A secretária de Estado americana Hillary Clinton concluiu nesta quinta-feira dois dias de conversações com Israel e a Autoridade Palestina sem conseguir diminuir as profundas divergências relativas à colonização israelense.

"Os Estados Unidos estão muito comprometidos e decididos a trabalhar para chegar a um acordo de paz por meio de negociações diretas que terminem com a criação de um Estado palestino independente, soberano e viável, que concretize as aspirações do povo palestino", afirmou Hillary, ao iniciar mais uma entrevista com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, em Ramallah.

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Numa entrevista ao canal americano ABC, no entanto, Hillary considerou as negociações construtivas.

"Sim, as conversas transcorreram num ambiente construtivo e isso nos tranquiliza", declarou.

Por sua parte, Abbas disse que as condições são difíceis, mas que "não resta outra opção a não ser as negociações", reconhecendo implicitamente que não foram registrados progressos importantes.

O presidente da Autoridade Palestina ameaçou na véspera suspender as negociações.

"Se a construção nas colônias prosseguir, cessarei as negociações", advertiu, depois de reunir-se com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na presença de Hillary e do emissário especial americano para o Oriente Médio, George Mitchell, segundo um dirigente palestino que pediu anonimato.


Esta fonte precisou que Abbas fez esta advertência depois que Netanyahu disse que continuaria construindo nas colônias israelenses.

Sobre este tema, Clinton disse esperar que o congelamento seja prolongado.

O assunto mais premente que Israel e os palestinos precisam resolver é justamente o fim ou não do congelamento parcial decretado pelo governo israelense nas construções na Cisjordânia ocupada, que expira no próximo dia 26.

Nesta quinta, um alto dirigente palestino afirmou que as negociações entre Abbas e Netanyahu revelaram "profundas divergências" que persistem, apesar dos esforços dos Estados Unidos.

Os dirigentes americanos que participam nessas conversações propuseram um prolongamento de três meses da moratória de construção nas colônias, indicou este dirigente, que pediu anonimato.

Indagado sobre a ideia de prorrogação, o gabinete de Netanyahu indicou não ter comentários a fazer sobre o conteúdo das negociações, mas acrescentou que não havia mudança alguma na posição do primeiro-ministro.


Há alguns dias, Netanyahu se referiu a uma possível solução intermediária, entre uma nova moratória, à qual se opõe, e uma retomada total da colonização.

Para o editor do jornal israelense Haaretz, Ari Shavit, "a atual tentativa de ir ao miolo do conflito é como tentar entrar em Chernobil". "Não vai sair a paz, e sim uma explosão", acrescentou.

Depois de concluir suas entrevistas em Israel e Cisjordânia, Hillary viajou para a Jordânia, enquanto que Mitchell foi para Damasco tentar que sejam retomadas as conversações de paz entre Israel e Síria.

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