Hillary: "era a decisão do presidente e respeitei suas deliberações", disse (AFP/ Mandel Ngan)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2014 às 07h22.
Washington - Hillary Clinton defendeu a entrega de armas aos rebeldes sírios quando era secretária de Estado do presidente Barack Obama, no início do conflito, revela nesta quinta-feira a CBS News com base em trechos do livro de memórias Hard Choices.
"Os problemas complicados raramente têm uma resposta correta. De fato, parte do que os faz complicados é que cada opção parece pior que a outra. E foi assim com a Síria" - escreveu Clinton sobre o conflito que em três anos já deixou mais de 162 mil mortos.
"Hard Choices", o livro de memórias de Clinton, será lançado na próxima terça-feira nos Estados Unidos.
"Os riscos de agir e de não agir eram ambos elevados, mas a inclinação do presidente foi a de manter o curso das coisas e de não dar o significativo passo à frente de armar os rebeldes".
"Ninguém gosta de perder um debate, inclusive eu, mas era a decisão do presidente e respeitei suas deliberações", revela Hillary Clinton sobre o período na liderança do departamento de Estado, que abandonou em 2013.
No mesmo livro, Clinton revela que atuou para resgatar o soldado americano Bowe Bergdahl, trocado por cinco talibãs afegãos presos em Guantánamo, em uma operação que deflagrou uma tempestade política em Washington.
"Em cada discussão sobre os prisioneiros, pedíamos a libertação do sargento Bowe Bergdahl, capturado em 2009. Não iria haver qualquer acordo sobre prisioneiros sem a volta do sargento para casa".
"Sempre admiti que abrir a porta às negociações com os talibãs seria difícil de tragar para muitos americanos após tantos anos de guerra".
Único militar americano detido no Afeganistão desde que os Estados Unidos iniciaram a guerra ao país, em 2001, Bergdahl foi libertado no sábado em troca de cinco importantes dirigentes do regime talibã presos em Guantánamo.
A euforia inicial pela libertação em Washington foi substituída por um conflito político, com os republicanos acusando Obama de ser um líder ingênuo e um comandante-em-chefe irresponsável.
Além disso, o acordo foi criticado pelos rumores de que Bergdahl desertou de seu posto no Afeganistão há cinco anos atrás.