Hamas anuncia que aceitou proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza
Segundo o jornal Aljazeera, o acordo foi realizado com a intermediação do Catar e do Egito
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 6 de maio de 2024 às 13h59.
Última atualização em 6 de maio de 2024 às 14h49.
O grupoislamistaHamas disse nesta segunda-feira, 6, que aceitou uma proposta de cessar-fogo com Israel no conflito na Faixa de Gaza. Segundo o jornal Aljazeera, o acordo foi realizado com a intermediação do Catar e do Egito. Israel não participou das conversas.
O aceite do acordo saiu após o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, conversar com o primeiro-ministro do Catar, Muhammad bin Abd al-Rahman Al Thani, e com o chefe da inteligência egípcia, Abbas Kamal.
A delegação do grupo chegou ao Egito no último sábado, 4. De acordo com a imprensa egipcia, Israel não esteve presente nas negociações no Cairo. Ochefe da CIA, William Burns, participou na reunião. O Hamas pede o fim da guerra e a retirada de todas as forças israelenses de Gaza.
O conflito se arrasta desde 7 de outubro, após um ataque do grupo terrorista nosul de Israel matar mais de 1.000 pessoas, a maioria civis.
Cerca de 250 israelenses foram sequestradas na época.As autoridades israelenses estimam que, após uma troca de reféns por prisioneiros palestinos em novembro, 128 pessoas permanecem cativas em Gaza e que 35 morreram até agora.
A pressão internacional para um acordo avançou nos últimos meses em meio a escalada da crise humanitária em Gaza. A ofensiva de Israel na região palestina já deixou mais de 34 mil mortos.
Netanyahu afirma que aceitar as exigências do Hamas é uma derrota para Israel
No último domingo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que aceitar as "exigências" do Hamas para acabar com a guerra em Gaza seria "uma derrota terrível para o Estado de Israel" e equivaleria à "capitulação".
Em meio as negociações, Israel informou que lançará uma ofensiva em Rafah, a cidade mais ao sul do território, que é considerada o último reduto dos comandantes islamistas.
Nesta segunda-feira, oexército de Israel ordenou que dezenas de milhares de pessoas na cidade começassem a deixar região, sinalizando que uma invasão terrestre há muito prometida pode acontecer em breve. Existe a preocupação que as movimentações israelenses compliquem o avanço para um cessar-fogo.
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, opõem-se a uma invasão na cidade palestina no extremo sul da Faixa de Gaza, onde 1,2 milhão de pessoas estão aglomeradas, a maioria delas deslocadas pela guerra.