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Greve mobiliza 25 mil argentinos em Buenos Aires

Mobilização foi contra a política do governo e reivindica um aumento na isenção fiscal para os trabalhadores

Presidente argentina, Cristina Kirchner: ''Isto não é um River-Boca, somos todos argentinos, necessitamos que a Argentina ganhe, uma só.'' (Mehdi Taamallah/AFP)

Presidente argentina, Cristina Kirchner: ''Isto não é um River-Boca, somos todos argentinos, necessitamos que a Argentina ganhe, uma só.'' (Mehdi Taamallah/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2012 às 20h23.

Buenos Aires - O líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Hugo Moyano, intensificou nesta quarta-feira seu confronto com o governo no primeiro dia da greve nacional convocada em mais de uma década na Argentina, que reuniu milhares de sindicalistas em Buenos Aires mas não conseguiu paralisar a atividade do país.

Moyano, velho dirigente peronista, antigo aliado do kirchnerismo, mas hoje um de seus maiores inimigos, criticou a ''soberba'' da presidente, Cristina Kirchner, e pediu diálogo com o governo. Enquanto isso, Cristina disse nas redes sociais que não aceita ''extorsão'' e optou por viajar ao interior para inaugurar uma fazenda suína.

Segundo os meios de imprensa locais, aproximadamente 25 mil pessoas participaram da mobilização convocada por Moyano na Praça de Maio, na capital argentina, contra a política do governo e reivindicando um aumento na isenção fiscal para os trabalhadores.

A convocação foi feita, sobretudo, pelo sindicato de caminhoneiros, mas teve adesão de vários sindicatos da CGT. Apesar de bloquear o trânsito em Buenos Aires, a manifestação não conseguiu paralisar a atividade do país, já que o transporte público e os serviços funcionaram normalmente. No entanto, obrigou a reprogramação de voos.

''Estamos dispostos a colaborar e contribuir com os problemas, mas o que incomoda é a forma de imposição, por assim dizer uma ditadura'', denunciou o líder sindical.


Moyano ainda destacou que este tipo de protestos fortalece a democracia. ''Não estamos atacando a ninguém, estamos reivindicando o que legitimamente corresponde aos trabalhadores'', insistiu.

Enquanto isso, a 800 quilômetros de Buenos Aires, Cristina Kirchner, advertiu: ''Isto não é um River-Boca, somos todos argentinos, necessitamos que a Argentina ganhe, uma só. Por isso lhe peço a todos que unidos, organizados e solidários, continuemos marchando adiante''.

A presidente decidiu viajar à província de San Luis para inaugurar uma fazenda suína e comparou o comportamento entre humanos e porcos: ''Aqui víamos como os porcos brigavam apesar de cada um ter sua mãe. Eles brigavam por questões de liderança''.

A greve de hoje ocorreu depois de outra na semana passada no setor de transporte, que incluiu bloqueios a destilarias e centro de distribuição, gerando sérios problemas de abastecimento em todo o país.

Além disso, o protesto intensifica a divisão da CGT e o confronto entre Moyano com Cristina Kirchner, que aposta por uma renovação na cúpula do sindicato governista.

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