Governo nega que OAS tenha financiado campanha de Bachelet
Um jornal antecipou trechos da reportagem da "Veja", na qual um publicitário afirma que a OAS teria contribuído com a campanha de Bachelet
EFE
Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 17h59.
Santiago - O governo do Chile negou nesta terça-feira que a construtora OAS tenha financiado em 2013 a campanha eleitoral da presidente do país, Michelle Bachelet, como disse uma reportagem publicada na revista "Veja".
"Já houve uma tentativa no passado de vincular a campanha da Presidente Bachelet com essa empresa. Tal como naquela oportunidade, descartamos decididamente qualquer vínculo entre a campanha e a empresa, taxativamente", afirmou a porta-voz do governo chileno, Paula Narváez, ao ser perguntada a respeito por jornalistas.
O jornal "La Tercera" antecipou hoje trechos da reportagem da "VEJA", na qual o publicitário 'Duda' Mendoça afirma que a OAS teria contribuído financeiramente com a campanha de Bachelet em 2013.
A nota também menciona uma visita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ao Chile em novembro daquele ano, na qual se reuniu com Bachelet, então candidata à chefia do governo.
"Rejeitamos de maneira aberta e direta qualquer tentativa de enlodar a campanha da Presidente Bachelet com afirmações que não têm ligação com a realidade", declarou Narváez.
"Fazemos também um apelo pela transmissão de informações de maneira responsável, e não acusações por especulações", ressaltou.
Quem também abordou o assunto foi o subsecretário de Interior, Mahmoud Aleuy, que garantiu que a campanha de Bachelet "seguiu todas as normas legais vigentes no Chile para seu financiamento".
"Na realidade não me corresponde opinar sobre publicações futuras", acrescentou, em relação ao fato de que a reportagem completa da "Veja" sobre o caso será publicada nesta quarta-feira.
A OAS foi vinculada também com a campanha presidencial de Marco Enríquez-Ominami em 2013, caso que é investigado pela Procuradoria chilena em relação ao uso de um avião executivo que a construtora facilitou para suas atividades visando a corrida eleitoral.
Em entrevista à "Radio Cooperativa", o procurador nacional, Jorge Abbott, afirmou que, mesmo se a informação da "Veja" estiver certa, o crime eleitoral já estaria prescrito. Ele explicou que se chegarem ao Ministério Público antecedentes que possam abrir linhas de investigação, "certamente serão feitas as investigações correspondentes", em relação com um financiamento inadequado de campanhas políticas.
Porém, acrescentou Abbott, "é preciso analisar exatamente de que forma teria ocorrido algum financiamento, porque pode ser uma infração à lei eleitoral, que tem um prazo de prescrição de um ano, que já transcorreu".
Abbott também indicou que deve ser verificado se como produto dessa ação foram cometidos outros crimes, como fraudes tributárias, infrações à lei de doações ou de outra natureza.
"Esta é a investigação que é preciso fazer", argumentou.