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Governo de Ouattara dá ultimato para Gbagbo deixar o poder

Segundo o governo do presidente eleito, caso Laurent Gbagbo não saia nas próximas horas, Abidjan viverá um "banho de sangue"

Alassane Ouattara, presidente marfinense eleito, quer que avanço militar continue (Divulgação)

Alassane Ouattara, presidente marfinense eleito, quer que avanço militar continue (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2011 às 15h16.

Paris - O governo do presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, deu nesta quinta-feira um ultimato a Laurent Gbagbo, que resiste a deixar o poder, para que tanto ele quanto seus apoiadores "se entreguem nas próximas horas", a fim de evitar "um banho de sangue" em Abidjan.

"A Costa do Marfim é uma e indivisível. Gbagbo tem algumas horas para partir, senão haverá uma marcha sobre Abidjan e será mais complicado para ele", afirmou o primeiro-ministro do governo de Ouattara, Guillaume Soro, em entrevista à emissora "France 24".

Soro defendeu que "o avanço (militar) deve continuar" e disse que "o único objetivo é restabelecer o veredicto das urnas e instaurar a democracia" no país.

Embora tenha optado por não confirmar se os blindados das tropas partidárias de Ouattara se dirigem para Abidjan, para "não revelar a estratégia militar das forças republicanas", o premiê não escondeu que o controle da capital econômica "era o alvo final da ofensiva".

O primeiro-ministro acrescentou que o regime do presidente reconhecido pela comunidade internacional como vencedor das eleições de novembro foi contatado "por vários generais", cuja identidade não divulgou "por razões de segurança".

"Não encontramos resistência, mas adesões", afirmou Soro, que explicou que "a única dificuldade registrada partiu de milicianos e mercenários em Duékoué", no oeste do país.

Nesta sexta-feira, dois dias depois que o Conselho de Segurança da ONU adotou uma resolução na qual pede a Gbagbo para entregar o poder a Ouattara, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, se reunirá com seu primeiro-ministro, François Fillon, e os titulares de Relações Exteriores e Defesa, Alain Juppé e Gérard Longuet, respectivamente, para tratar da situação na Costa do Marfim.

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