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Governo cumprimentará Trump pela vitória e teme escalada de Musk contra o Brasil

Após declarar apoio a candidata Kamala Harris, Lula reconhecerá a vitória do ex-presidente e acompanhará com lupa as decisões política e econômicas que podem afetar o Brasil

Palácio do Planalto: avaliação de Lula, segundo auxiliares, é de que relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos continuarão fortes (Leandro Fonseca/Exame)
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 6 de novembro de 2024 às 09h22.

Última atualização em 6 de novembro de 2024 às 15h07.

Após declarar publicamente apoio a candidata democrata Kamala Harris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconhecerá e cumprimentaráoficialmente o presidente eleito dosEstados Unidos,Donald Trump, pela vitória.

Tanto auxiliares do Palácio do Planalto quanto do Itamaraty afirmaram que uma nota oficial deve ser divulgada ainda nesta quarta-feira, 6. Não há previsão de um telefonema entre as partes.

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A avaliação preliminar de Lula, relataram auxiliares à EXAME, é que as relações comerciais entre os dois países continuarão fortes, diante dos diversos interesses comerciais das companhias norte-americanas no Brasil.

A maior dúvida entre os auxiliares de Lula na pauta econômica é como Trump se posicionará no debate sobre descarbonização e transição energética. O Brasil tem buscado ser protagonista nesse debate para fomentar a transição energética e atrair investimentos para o país.

Segundo auxiliares, uma guinada nesse debate dos Estados Unidos pode prejudicar o avanço global desse tema.

Temores políticos

Entretanto, o principal temor dos petistas tem relação com os efeitos políticos no Brasil.A vitória de Trump fortalece o empresário Elon Musk, crítico de Lula e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, além do bolsonarismo.

Entre os petistas, o temor é que Musk, respaldado pela vitória de Trump, volte a atacar as instituições brasileiras, Lula e Moraes.

Segundo os assessores de Lula, o governo acompanhará com lupa as sinalizações de Trump sobre o Brasil. A expectativa, entretanto, é que Trump se dedique, em um primeiro momento, aos adversários já conhecidos: os imigrantes e a China.

Apoio maior a Israel

Além disso, o governo brasileiro espera que o futuro presidente dos Estados Unidos tenha uma posição enfática na guerra entre Israel e o Hamas, o que pode aumentar as tensões na região.

Por outro lado, a expectativa de auxiliares de Lula é que Trump tenha a Venezuela como alvo na América Latina, o que poderia provocar algum nível deinquietaçãona região. Para os mesmos técnicos palacianos, a Argentina deve se beneficiarpoliticamenteeeconomicamentecom a vitória do ex-presidente.

Ainda não há clareza sobre que medidas Trump pode tomar para impulsionar o governo Jair Milei, mas o argentino já fez diversas declarações públicas favoráveis a Trump e esteve com ele quando visitou o país.

Acompanhe tudo sobre:Luiz Inácio Lula da SilvaDonald Trump

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