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Governo argentino chama de débil denúncia de promotor morto

O secretário-geral da presidência considerou que o promotor foi enganado ao acreditar nas informações que recebeu para formular a denúncia contra Cristina


	Alberto Nisman: ele estava a cargo da investigação do maior atentado contra judeus já ocorrido na Argentina
 (REUTERS/Marcos Brindicci)

Alberto Nisman: ele estava a cargo da investigação do maior atentado contra judeus já ocorrido na Argentina (REUTERS/Marcos Brindicci)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 12h39.

Buenos Aires - O governo da Argentina classificou nesta quarta-feira como "débil" a denúncia do promotor morto Alberto Nisman contra a presidente Cristina Kirchner, por supostamente negociar um "plano criminoso de impunidade" para os autores do atentado contra a associação judia AMIA.

O secretário-geral da presidência, Aníbal Fernández, considerou que o promotor foi enganado ao acreditar nas informações que recebeu para formular a denúncia contra a presidente e alguns de seus colaboradores, entre eles o chanceler, Héctor Timerman.

"Não há absolutamente nada, é algo totalmente débil, sem conceito", disse à imprensa após a publicação das 300 páginas da denúncia apresentada há uma semana por Nisman, que foi encontrado morto em seu apartamento de Buenos Aires no domingo pela noite.

Fernández disse que o promotor acredita em uma "dupla Secretaria de Inteligência", ao reiterar que os espiões citados na apresentação judicial não trabalham para o governo.

"Você falou melhor que eu", respondeu ao ser questionado por um jornalista se achava que Nisman atuou com ingenuidade.

O chefe de Gabinete argentino, Jorge Capitanich, concordou com o secretário-geral da presidência e ressaltou que muitos dos dados que contidos na denúncia de Nisman "são falsos".

Ambos os funcionários pediram prudência "até que sejam realizadas todas as perícias" antes de qualificar a morte do promotor.

Nisman estava a cargo da investigação do maior atentado contra judeus já ocorrido na Argentina, o ataque contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) que causou 85 mortes em 1994.

Na semana passada, o promotor denunciou Cristina Kirchner e outros dirigentes do governo por considerar que o memorando de entendimento com o Irã, aprovado em 2013 para investigar o atentado, incluía o suposto encobrimento de alguns dos acusados em troca de relações comerciais e troca de petróleo por grãos no ápice da crise energética argentina. 

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