Funcionários do Google organizam protesto contra assédio sexual na empresa
Reportagem do The New York Times revelou que a empresa foi conivente em casos de assedio pagando milhões em rescisões dos acusados sem obrigação legal
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de outubro de 2018 às 15h25.
Mais de 200 funcionários do Google estão planejando um protesto para esta quinta-feira, 1º, em resposta à má conduta da empresa com casos de assédio sexual, revelada por uma reportagem do jornal The New York Times na semana passada. A notícia é do site Buzzfeed News.
Os funcionários se reuniram em um fórum interno no fim de semana, em que demonstraram seu descontentamento com as posturas da empresa e tiveram a ideia de organizar um protesto.
A reportagem que deixou os funcionários revoltados revelou que o Google foi conivente com casos de assédio sexual: quando o criador do Android, Andy Rubin, deixou a empresa em 2014 após ser acusado de assédio sexual por uma funcionária, o Google lhe pagou US$ 90 milhões na rescisão. Tudo isso depois que uma investigação da empresa concluiu que as acusações contra Rubin eram verdadeiras.
Além disso, o The New York Times informou sobre dois outros executivos que o Google protegeu durante a década passada de acusações de assédio sexual. Nestes dois casos, a empresa realizou demissões, mas também pagou milhões de dólares sem nenhuma obrigação legal. Em todas às vezes, o Google se manteve em silêncio sobre as acusações.
Após a reportagem do The New York Times, Sundar Pichai, presidente executivo da empresa, declarou que o Google demitiu 48 pessoas por assédio sexual nos últimos dois anos.