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Fujimori entrega documento com adesão à pedido de indulto

O advogado confirmou que o documento de adesão foi assinado por Fujimori, mas enfatizou que o apresentaram "sob protesto"


	Alberto Fujimori: os filhos do ex-presidente apresentaram no último dia 10 de outubro uma solicitação de indulto humanitário
 (Koichi Kamoshida/Getty Images)

Alberto Fujimori: os filhos do ex-presidente apresentaram no último dia 10 de outubro uma solicitação de indulto humanitário (Koichi Kamoshida/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2012 às 16h53.

Lima - O advogado de Alberto Fujimori, César Nakasaki, entregou nesta quarta-feira um documento que certifica a adesão do ex-presidente do Peru à solicitação de indulto humanitário a seu favor apresentada há duas semanas por seus filhos.

Nakasaki declarou que Fujimori demorou a responder o pedido feito na semana passada porque, segundo disse, primeiro analisaram se convinha concordar com uma condição que considerou "ilegal".

"Demoramos porque se nós aceitamos alegremente, sem lutar, esta ilegalidade, depois vem outra ilegalidade", afirmou antes de dizer que se lhes fizerem outros requerimentos "melhor" que "digam que não querem outorgar o indulto humanitário e que Fujimori morra na prisão".

O advogado confirmou que o documento de adesão foi assinado por Fujimori, mas enfatizou que o apresentaram "sob protesto".

"Cumprimos esta formalidade para que o Poder Executivo não tenha nenhuma desculpa a respeito de não pronunciar-se sobre o tema", ressaltou.

Os filhos do ex-presidente apresentaram no último dia 10 de outubro uma solicitação de indulto humanitário dirigida ao presidente peruano, Ollanta Humala, mas que deve ser avaliada por uma comissão dependente do Ministério da Justiça.

Nakazaki explicou que a assinatura do ex-presidente na solicitação, que implicaria o reconhecimento do delito, "é uma exigência política" de diversos setores que buscam sua morte política.

Fujimori, de 74 anos, foi condenado a 25 anos de prisão pela autoria mediata de 25 assassinatos e dois sequestros durante sua gestão (1990-2000), além de ter recebido outras penas menores por crimes de corrupção.

Em setembro deste ano, Fujimori apresentou complicações de cicatrização em sua quinta cirurgia na língua, o que fez com que seus parentes e aliados pusessem na agenda política o tema do indulto a seu favor.

Finalmente, Keiko, Kenji, Sachi e Hiro Fujimori apresentaram um amplo expediente ao Ministério da Justiça para solicitar o indulto de seu pai, argumentando que é um "paciente de câncer de alto risco" e que seu encarceramento piora seu estado de saúde.

Os médicos encarregados de supervisionar sua saúde indicam, no entanto, que a dolência está controlada, enquanto seus opositores destacam que um eventual indulto ratificaria a impunidade no Peru. 

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