Mundo

França irá proibir uso da abaya em escolas

A abaya é túnica que cobre o corpo e deixa de fora rosto, mãos e pés. É comum entre mulheres do Norte da África e árabes

França irá proibir uso da abaya em escolas (İsmail Eren Yalçın/Getty Images)

França irá proibir uso da abaya em escolas (İsmail Eren Yalçın/Getty Images)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 27 de agosto de 2023 às 19h00.

O governo da França irá proibir que as alunas de escolas do país usem a abaya, túnica comum em países do Norte da África e árabes, anunciou neste domingo o ministro da Educação francês, Gabriel Attal.

“Não será mais possível usar abaya na escola”, declarou Attal em entrevista ao canal de TV TF1, na qual considerou que a vestimenta vai de encontro às normas estritas de laicidade no ensino francês.

A abaya cobre o corpo e deixa de fora rosto, mãos e pés. Seu uso por adolescentes gerou polêmica na França, sobretudo devido a críticas da direita.

“Quando o aluno entra em uma sala de aula, não se deve poder identificar a sua religião ao olhar para ele", disse o ministro.

O deputado Éric Ciotti, presidente do partido de oposição Republicanos (direita), saudou a decisão, enquanto a deputada de esquerda Clémentine Autain a considerou inconstitucional e criticou "a política da vestimenta".

Embora o Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM) considere que a peça não representa um símbolo islâmico, o Ministério da Educação francês divulgou, no ano passado, uma circular autorizando as escolas a proibir a abaya, bem como bandanas e saias muito longas.

“As instruções não estavam claras, agora estão, e nós as saudamos”, disse à AFP Bruno Bobkiewicz, secretário-geral do sindicato que representa os diretores de instituições de ensino.

Em 2004, a França proibiu em escolas e institutos qualquer símbolo religioso ostensivo, como o véu islâmico e quipá.

Acompanhe tudo sobre:FrançaMulheresEscolas

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia