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Foto de bebê morto retrata semana trágica no Mediterrâneo

O corpo do bebê, que não parece ter mais de 1 ano, foi retirado do mar na sexta-feira depois do naufrágio de um barco de madeira

Socorrista segura bebê morto em naufrágio no Mediterrâneo: 45 corpos chegaram ao porto de Reggio Calabria, no sul da Itália, no domingo (Christian Buettner/Eikon Nord GmbH Germany/ Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2016 às 11h23.

Roma - Uma foto de um bebê morto nos braços de um socorrista alemão foi distribuída nesta segunda-feira por uma organização humanitária com o objetivo de pressionar autoridades europeias a garantirem passagem segura a imigrantes diante do temor de que centenas deles tenham se afogado no mar Mediterrâneo na semana passada.

O corpo do bebê, que não parece ter mais de 1 ano, foi retirado do mar na sexta-feira depois do naufrágio de um barco de madeira.

Quarenta e cinco corpos chegaram ao porto de Reggio Calabria, no sul da Itália, no domingo, a bordo de uma embarcação da Marinha italiana, que recolheu 135 sobreviventes do mesmo incidente.

A organização humanitária alemã Sea-Watch, que opera um barco de resgate no mar entre a Líbia e a Itália , distribuiu a imagem, feita por uma empresa de produção de mídia a bordo, que mostra um agente de resgate segurando o bebê como uma criança adormecida.

Em um email, o socorrista fotografado com o bebê, que se identificou como Martin, mas não quis que seu sobrenome fosse publicado, disse ter visto o bebê na água "como um boneco, com os braços esticados".

"Peguei o bebê pelo antebraço e puxei seu corpinho para os meus braços na mesma hora para protegê-lo... os braços dele, com aqueles dedinhos, balançaram no ar, o sol bateu nos seus olhos, brilhantes, acolhedores, mas sem vida", disse.

Martin, que tem três filhos e que exerce a profissão de terapeuta musical, acrescentou: "Comecei a cantarolar para me confortar e para expressar de alguma maneira esse momento incompreensível, de cortar o coração. Só seis horas antes essa criança estava viva".

Como a foto do menino sírio Aylan, de 3 anos, jazendo sem vida em uma praia turca no ano passado, a imagem deu uma feição humana às mais de 8 mil pessoas que morreram no Mediterrâneo desde o início de 2014.

Pouco se sabe sobre a criança, que segundo a Sea-Watch foi entregue imediatamente à Marinha italiana.

Os socorristas não puderam confirmar se o bebê parcialmente vestido era menino ou menina, e tampouco se sabe se seus pais estão entre os sobreviventes.

A Sea-Watch recolheu cerca de 25 outros corpos, incluindo outra criança, segundo testemunhos da equipe vistos pela Reuters. A equipe da organização disse ter decidido de forma unânime a publicação da foto.

"Na sequência desses acontecimentos desastrosos, torna-se óbvio para as organizações envolvidas que os clamores dos políticos europeus para se evitar novas mortes no mar não são mais do que falatório", afirmou a Sea-Watch em um comunicado em inglês distribuído junto com a foto.

Pelo menos 700 imigrantes podem ter morrido no mar na última semana, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no domingo.

O barco que levava o bebê partiu de praias próximas de Sabratha, na Líbia, no final da quinta-feira, e começou a fazer água, de acordo com relatos de sobreviventes à entidade Save the Children no domingo. Centenas estavam a bordo quando naufragou.

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Roma - Uma foto de um bebê morto nos braços de um socorrista alemão foi distribuída nesta segunda-feira por uma organização humanitária com o objetivo de pressionar autoridades europeias a garantirem passagem segura a imigrantes diante do temor de que centenas deles tenham se afogado no mar Mediterrâneo na semana passada.

O corpo do bebê, que não parece ter mais de 1 ano, foi retirado do mar na sexta-feira depois do naufrágio de um barco de madeira.

Quarenta e cinco corpos chegaram ao porto de Reggio Calabria, no sul da Itália, no domingo, a bordo de uma embarcação da Marinha italiana, que recolheu 135 sobreviventes do mesmo incidente.

A organização humanitária alemã Sea-Watch, que opera um barco de resgate no mar entre a Líbia e a Itália , distribuiu a imagem, feita por uma empresa de produção de mídia a bordo, que mostra um agente de resgate segurando o bebê como uma criança adormecida.

Em um email, o socorrista fotografado com o bebê, que se identificou como Martin, mas não quis que seu sobrenome fosse publicado, disse ter visto o bebê na água "como um boneco, com os braços esticados".

"Peguei o bebê pelo antebraço e puxei seu corpinho para os meus braços na mesma hora para protegê-lo... os braços dele, com aqueles dedinhos, balançaram no ar, o sol bateu nos seus olhos, brilhantes, acolhedores, mas sem vida", disse.

Martin, que tem três filhos e que exerce a profissão de terapeuta musical, acrescentou: "Comecei a cantarolar para me confortar e para expressar de alguma maneira esse momento incompreensível, de cortar o coração. Só seis horas antes essa criança estava viva".

Como a foto do menino sírio Aylan, de 3 anos, jazendo sem vida em uma praia turca no ano passado, a imagem deu uma feição humana às mais de 8 mil pessoas que morreram no Mediterrâneo desde o início de 2014.

Pouco se sabe sobre a criança, que segundo a Sea-Watch foi entregue imediatamente à Marinha italiana.

Os socorristas não puderam confirmar se o bebê parcialmente vestido era menino ou menina, e tampouco se sabe se seus pais estão entre os sobreviventes.

A Sea-Watch recolheu cerca de 25 outros corpos, incluindo outra criança, segundo testemunhos da equipe vistos pela Reuters. A equipe da organização disse ter decidido de forma unânime a publicação da foto.

"Na sequência desses acontecimentos desastrosos, torna-se óbvio para as organizações envolvidas que os clamores dos políticos europeus para se evitar novas mortes no mar não são mais do que falatório", afirmou a Sea-Watch em um comunicado em inglês distribuído junto com a foto.

Pelo menos 700 imigrantes podem ter morrido no mar na última semana, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no domingo.

O barco que levava o bebê partiu de praias próximas de Sabratha, na Líbia, no final da quinta-feira, e começou a fazer água, de acordo com relatos de sobreviventes à entidade Save the Children no domingo. Centenas estavam a bordo quando naufragou.

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