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FMI pede mais cooperação para evitar guerra cambial

"Tivemos sucesso ao impedir uma crise maior graças à coordenação econômica, especialmente em políticas monetárias e estímulo fiscal", declarou à imprensa Strauss-Kahn

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2010 às 13h12.

YALTA, Ucrânia - O diretor gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, pediu neste sábado às maiores economias mundiais uma cooperação para evitar uma guerra cambial, que segundo ele poderia impedir a recuperação da economia.

"Tivemos sucesso ao impedir uma crise maior graças à coordenação econômica, especialmente em políticas monetárias e estímulo fiscal", declarou à imprensa Strauss-Kahn, que participa em uma conferência econômica no balneário ucraniano de Yalta, às margens do Mar Negro.

"Mas atualmente temos uma nova ameaça, resultado da diminuição da vontade de consenso e cooperação. E vemos no mundo a possibilidade do começo de uma guerra de divisas", completou.

Segundo o dirigente do FMI, os políticos precisam voltar a conversar sobre cooperação a respeito do valor das moedas, para ajustar o que for necessário e lutar contra os desequilíbrios mundiais.

"Em caso contrário, vamos sair desta crise e entrar em uma nova que seria uma crise de países que tentam encontrar soluções nacionais para um problema global", disse.

Vários países, incluindo os Estados Unidos, criticaram nos últimos meses a política monetária da China, que acusam de manter uma taxa cambial muito reduzida do yuan para favorecer as exportações.

Esta semana, o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega afirmou que o mundo está "em meio a uma guerra cambial internacional", que ameaça a competitividade dos produtos do país, o maior exportador mundial de café e açúcar e o segundo vendedor de carne e grãos de soja.

Segundo um estudo do Banco de Pagamentos Internacionais (BRI), o valor total das transações diárias nos mercados mundiais de divisas se aproxima de 4 trilhões de dólares, mais que o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha.
 

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