O FMI criticou o rebaixamento da nota da Grécia (AFP/Stephen Jaffe)
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2010 às 18h14.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) criticou nesta quarta-feira o uso - segundo o organismo, abusivo - das notas dadas para os papéis de dívida dos Estados, estimando que as agências de classificação de risco beneficiam-se de um poder desmedido sobre os investidores.
"As autoridades deveriam trabalhar para a supressão das normas e regulamentações que condicionam às notas as decisões de venda ou de compra", informou o comunicado do FMI, no estudo "Uso e mau uso das notas da dívida dos Estados".
O problema veio à tona na primavera do Hemisfério Norte, com a crise orçamentária que a Grécia atravessa.
A partir das notas dadas a um emissor de dívida ("Ba1" e "Ba1-" para a agência Moody's, "BB+" e "BB-" para Standard and Poor's), certos investidores têm por regra não comprar títulos de categoria "especulativa", o que automaticamente faz seu valor cair.
Além disso, alguns produtos de investimento não permitem ter papéis "especulativos".
Em 14 de junho, a Moody's rebaixou abruptamente quatro níveis da nota da Grécia, para relegá-la a essa categoria especulativa. Na Europa, considerou-se que a decisão chegava em mau momento, quando o país beneficiava-se de um plano de resgate de 110 bilhões de euros do FMI e da União Europeia.
O FMI citou o "efeito guilhotina": quando, da noite para o dia, sem que a situação de suas contas públicas tivesse mudado, um Estado pode se ver em dificuldades para se financiar.
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