Finlândia é considerada o país mais feliz do mundo pela 7ª vez; Brasil sobe 5 posições
Mudança no humor das novas gerações pode ter relação com mídias sociais, guerras e clima
Repórter colaborador
Publicado em 20 de março de 2024 às 06h47.
No Dia Internacional da Felicidade, uma pesquisa global mostra que os jovens estão se tornando menos felizes do que as gerações mais velhas, pois sofrem "o equivalente a uma crise de meia-idade". As informações são do The Guardian.
Segundo o Relatório sobre a Felicidade Mundial de 2024, mais uma vez, Finlândia, Dinamarca e Islândia lideraram o ranking. Afeganistão e Líbano foram as nações menos felizes. O Brasil ficou na 44ª colocação.
Vivek Murthy, autoridade máxima em saúde pública dos EUA, disse ao jornal britânico quepermitir que as crianças usem as mídias sociais é como dar a elas um remédio que não é comprovadamente seguro. Ele disse que o fracasso dos governos em regulamentar melhor as mídias sociais nos últimos anos foi "insano".
Esse momento refletiu no declínio do bem-estar entre os jovens com menos de 30 anos e tirou os EUA da lista das 20 nações mais felizes, de acordo o documento.
Após 12 anos em que as pessoas de 15 a 24 anos foram consideradas mais felizes do que as gerações mais velhas nos EUA, a tendência parece ter se invertido em 2017. A diferença também diminuiu na Europa Ocidental, e a mesma mudança pode ocorrer nos próximos dois anos.
Murthy descreveu os resultados do relatório como uma "bandeira vermelha de que os jovens estão realmente enfrentando dificuldades nos EUA e, agora, cada vez mais em todo o mundo". Ele disse que ainda estava esperando para ver dados que comprovassem que as plataformas de mídia social eram seguras para crianças e adolescentes.
O Relatório sobre a Felicidade Mundial, um barômetro anual do bem-estar em 140 nações, coordenado pelo Centro de Pesquisa sobre o Bem-estar da Universidade de Oxford, pela Gallup e pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, mostrou "quedas desconcertantes [na felicidade dos jovens], especialmente na América do Norte e na Europa Ocidental", disse Jan-Emmanuel De Neve, diretor do Centro de Pesquisa de Oxford e editor do estudo.
"Pensar que em algumas partes do mundo as crianças já estão passando pelo equivalente a uma crise de meia-idade exige uma ação política imediata", disse ele.
O relatório não revela as causas das mudanças, mas elas ocorrem em meio a uma preocupação crescente com o impacto do aumento do uso das mídias sociais, das desigualdades de renda, da crise imobiliária e dos temores sobre guerras (Ucrânia e Gaza) e as mudanças climáticas sobre a felicidade de crianças e jovens.