O presidente do Banco Mundial , Jim Yong Kim, alertou nesta sexta-feira que a epidemia de ebola não está "perto do fim" depois de uma nova frente aberta contra a doença mortal no Mali.
"O fim do jogo está distante", disse Kim em uma conferência sobre o ebola com líderes das Nações Unidas, da Organização Mundial da Saúde e do Fundo Monetário Internacional.
"Nós precisamos zerar o número de casos. O ebola não é uma doença que você possa deixar alguns casos e dizer que não fez o suficiente", acrescentou.
Kim, o diretor das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e o chefe da OMS expressaram a preocupação profunda de que a epidemia não tenha sido contida, apesar dos avanços na Libéria e na Guiné, dois dos três países onde as infecções se concentraram.
"O apoio internacional faz diferença. Mas também há evidências de que é muito preocupante, como o aumento do número de infecções em Serra Leoa e a disseminação da epidemia para o Mali", disse Kim.
A epidemia atual de ebola apareceu no começo deste ano e desde então matou quase 5.500 pessoas, segundo a OMS.
No Mali, sete pessoas morreram nas últimas semanas, a maioria ligada ao contato com um único imã, infectado da Guiné, que morreu em Bamaco em 27 de outubro.
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, que esteve em uma cúpula em Washington, a Michel Sidibe, diretor executivo da ONUAids, deveriam partir com destino ao Mali na sexta-feira para ajudar a organizar os esforços de controle da doença.
"O vírus ebola é um inimigo formidável", disse Chan.
"Realmente precisamos nos mexer com velocidade e escala para ter uma política sem arrependimentos. Precisamos sufocar um pequeno incêndio, um pequeno sinal de fumaça antes que se perca o controle", prosseguiu.
Ela expressou confiança em que a epidemia possa ser controlada, acrescentando que "precisamos manter nossa vigilância... Nós precisamos continuar a fazer mais para chegar a zero".
No começo de outubro, líderes tinham manifestado a esperança de poder controlar a epidemia de ebola no fim do ano.
O Banco Mundial arrecadou US$ 1 bilhão para ser usado em ajuda às populações infectadas e apoio a funcionários de saúde locais e internacionais envolvidos na luta contra a doença.
O Fundo Monetário Internacional alocou US$ 430 milhões em ajuda financeira, concentrada em auxiliar os governos em um momento em que a atividade comercial, industrial e agrícola encolheu fortemente nos três países mais afetados.
Ban disse nesta sexta-feira que agora espera controlar a epidemia no primeiro semestre de 2015.
O vírus ebola tem um índice de mortalidade de 70%. Ao lado da tragédia, o fotógrafo John Moore decidiu retratar os raros sobreviventes da doença na Libéria, o país mais afetado pela epidemia. Na foto, Jeremra Cooper, 16, enxuga o rosto do calor, enquanto espera na seção de baixo risco dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), em Paynesville, Libéria. O aluno da 8 ª série disse que perdeu seis familiares para a epidemia de Ebola antes de ficar doente e de ser enviado para o centro dos MSF, onde ele se recuperou após um mês.
2. Mohammed Wah, 23 2 /15(John Moore/Getty Images)
O trabalhador da construção civil diz que o Ebola matou cinco membros de sua família e que ele acha que contraiu a doença enquanto cuidava de seu sobrinho.
3. Varney Taylor, 26 3 /15(John Moore/Getty Images)
Perdeu três membros da família para a doença e acredita que contraiu Ebola enquanto carregava o corpo de sua tia após a morte dela.
4. Benetha Coleman, 24 4 /15(John Moore/Getty Images)
Seu marido e dois filhos morreram em decorrência da doença.
5. Victoria Masah, 28 5 /15(John Moore/Getty Images)
Seu marido e dois filhos morreram por causa do ebola.
6. Eric Forkpa, 23 6 /15(John Moore/Getty Images)
O estudante de engenharia civil, disse que acha que pegou ebola enquanto cuidava de seu tio doente. Ele passou 18 dias no centro dos MSF se recuperando do vírus.
7. Emanuel Jolo, 19 7 /15(John Moore/Getty Images)
O estudante do ensino médio perdeu seis membros da família e acredita que contraiu a doença enquanto lavava o corpo de seu pai, que morreu de Ebola.
8. James Mulbah, 2 8 /15(John Moore/Getty Images)
O garotinho posa para a foto enquanto é segurado pela mãe, que também se recuperou do ebola.
9. John Massani, 27 9 /15(John Moore/Getty Images)
Trabalhador da construção civil, ele acredita que pegou a doença enquanto carregava o corpo de um parente. Ele perdeu seis familiares por causa do ebola.
10. Mohammed Bah, 39 10 /15(John Moore/Getty Images)
Bah, que trabalha como motorista, perdeu a mulher, a mãe, o pai e a irmã para o ebola.
11. Vavila Godoa, 43 11 /15(John Moore/Getty Images)
O alfaiate diz que o estigma de ter tido Ebola é algo difícil. Ele perdeu todos os seus clientes devido ao medo. "Eles não vêm mais", afirma. Ele acredita que pegou Ebola enquanto cuidava de sua esposa doente.
12. Ami Subah, 39 12 /15(John Moore/Getty Images)
Subah, uma parteira, acha que pegou ebola quando fez o parto de um bebé de uma mãe doente. O menino, segundo ela, sobreviveu, mas a mãe morreu. Ela diz que não teve trabalho desde sua recuperação, devido ao estigma de ter tido Ebola. "Não me deixam nem tirar água do poço comunitário", afirma.
13. Peters Roberts, 22 13 /15(John Moore/Getty Images)
O aluno do 11º ano perdeu uma irmã, o tio e um primo para o Ebola. Ele acredita que contraiu a doença enquanto cuidava de seu tio.
14. Anthony Naileh, 46, e Bendu Naileh, 34 14 /15(John Moore/Getty Images)
Anthony disse que é um estenógrafo no Senado liberiano e planeja voltar a trabalhar na sessão de janeiro. Bendu, uma enfermeira, acha que pegou ebola após colocar as mãos em posição de oração ao rezar por um sobrinho que tinha a doença. Em seguida, ela adoeceu e seu marido cuidou dela.
15. Moses Lansanah, 30 15 /15(John Moore/Getty Images)
O trabalhador da construção civil perdeu sua noiva Amifete, com então 22 anos, que estava grávida de 9 meses do seu filho.