Considerada uma organização terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos, o ETA é responsável pela morte de 829 pessoas (Ander Gillenea)
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2011 às 22h56.
Londres - Familiares de vítimas de atentados expressaram nesta nesta quinta-feira sua decepção após o anúncio do fim definitivo da luta armada pelo grupo separatista basco ETA, e exigiram sua "dissolução".
"Hoje estamos decepcionados porque este não é o último passo, resta acabar definitivamente com o grupo terrorista ETA", disse por telefone à AFP María del Mar Blanco, irmã do conselheiro basco do Partido Popular Miguel Ángel Blanco, assassinado pela organização armada em 1997.
"Nem falam da dissolução do grupo terrorista nem da entrega de armas. O que nos anunciam é que perdoam as nossas vidas, mas a em troca de algo", completou María del Mar Blanco, atualmente deputada do PP (conservador) no parlamento autônomo basco.
"Continuaremos trabalhando até que consigamos sua dissolução definitiva. Sem nenhum tipo de negociação, de contrapartida, e desde já exigindo o reconhecimento do dano causado", completou a mulher, que tinha 22 anos quando seu irmão foi assassinado em 12 de julho de 1997.
O mesmo ceticismo e as mesmas exigências foram demonstrados pela presidente da Associação de Vítimas do Terrorismo, Ángeles Pedraza.
"É o comunicado que esperamos, mas não o que queríamos", declarou à Rádio Nacional da Espanha.
"O ETA diz que há um cessar definitivo, mas não diz que há uma derrota. Então, para nós, as vítimas, esse comunicado não vale", completou.
"É claro que nos alegra que haja um cessar definitivo da violência, mas é preciso mais. É necessário haver a entrega das armas, a dissolução do grupo e que peçam perdão às vítimas pelos danos causados, que se coloquem à disposição da Justiça", argumentou.
O ETA não mencionou até agora, e tampouco fez no comunicado desta quinta-feira, uma possível entrega das armas ou sua dissolução.
Considerada uma organização terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos, o ETA é responsável pela morte de 829 pessoas em mais de 40 anos de atentados pela independência do País Basco.