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Faltam 100 dias para a eleição nos EUA: veja quais serão os próximos passos

Disputa pegou fogo após saída de Biden, entrada de Kamala e atentado contra Trump

Casa Branca, sede da Presidência dos EUA 
 (Daniel Slim/AFP)

Casa Branca, sede da Presidência dos EUA (Daniel Slim/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 28 de julho de 2024 às 06h30.

Chicago - A eleição presidencial nos Estados Unidos entra em seus meses decisivos, em um clima cada vez mais intenso, após uma série de reviravoltas e surpresas, dos dois lados.

Neste domingo, 28, faltarão 100 dias para a votação, em 5 de novembro. Em julho, a eleição teve dias intensos: em 13 de julho, o ex-presidente republicano Donald Trump tomou um tiro de raspão durante um comício na Pensilvãnia. Ele sobreviveu e retomou eventos públicos dois dias depois.

No fim de semana seguinte, o preisdente Joe Biden, democrata, desistiu de disputar a reeleição contra Trump, e indicou sua vice, Kamala Harris, para assumir a candidatura presidencial.

A troca de ataques entre os dois lados ficou ainda mais forte depois disso. Logo nos primeiros discursos como candidata presidencial, Kamala subiu o tom. Disse que, como ex-procuradora, estava pronta para enfrentar o republicano, réu em vários processos e condenado em maio por fraude fiscal. "Donald Trump, eu conheço seu tipo", disse.

A campanha republicana também intensificou os ataques, buscando vincular Kamala à crise na imigração irregular, que bateu recorde nos últimos anos. Trump tem buscado chamar Kamala de "Czar da fronteira". No começo do governo, ela foi destacada para cuidar de imigração por Biden, mas cometeu alguns erros e acabou se afastando no protagonismo do tema.

A oposição também quer culpar Kamala pelos problemas econômicos do país, especialmente a inflação, que segue alta desde a pandemia, mas estável nos últimos meses. O ex-presidente busca ressaltar na campanha que a vice também é responsável pelas falhas do governo. "Kamala Harris é incapaz de governar. Ela vai destruir o país em um ano", disse Trump em um comício recente.

Calendário da disputa nos EUA

Em julho, durante a Convenção Republicana, Trump foi confirmado candidato pelo partido e apontou J. D. Vance como seu candidato à vice.

Com a saída de Biden, a próxima questão a ser respondida nas eleições dos EUA é quem será o vice de Kamala. Os nomes de alguns governadores estão sendo cotados, e a expectativa é que o anúncio ocorra até 7 de agosto.

Em seguida, haverá a Convenção Democrata, em Chicago, de 19 a 22 de agosto, onde Kamala e o vice serão confirmados como candidatos oficiais do partido.

Em agosto, as pesquisas deverão captar melhor o impacto da entrada de Kamala na disputa. Como estamos em período de férias nos EUA, menos pessoas estão acompanhando o noticíario político de perto, e a vice não teve papel de destaque nos últimos anos.

Para setembro, há a expectativa sobre o primeiro debate entre Trump e Kamala. O encontro estava previsto para 10 de setembro, na TV ABC, mas o republicano colocou o encontro em dúvida. A Fox News quer fazer um debate no dia 17 de setembro, e não está claro se os candidatos farão um encontro na TV, dois ou nenhum.

A votação será realizada em 5 de novembro, uma terça-feira, e o resultado deve ser conhecido alguns dias depois, devido à demora para a contagem de votos.

Todas as pesquisas mostram uma disputa apertada, com Trump à frente, mas quase sempre dentro da margem de erro. A disputa deverá ser decidida em seis estados, Arizona, Geórgia, Nevada, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, com os três últimos em situação ainda mais disputada.

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