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Expansão da Al Qaeda na Síria pode afetar países vizinhos

"É impossível conter o conflito dentro das fronteiras da Síria", afirmou o ministro das Relações Exteriores iraquiano, Hoshyar Zebari

Hoshyar Zebari: ministro participou hoje de uma reunião para tentar buscar soluções ao drama que vivem os refugiados sírios na região (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2014 às 12h36.

Istambul - O ministro das Relações Exteriores iraquiano, Hoshyar Zebari, advertiu nesta sexta-feira sobre o perigo que a expansão de grupos relacionados com a Al Qaeda , que combatem na Síria , acabe afetando os países vizinhos, como já ocorre com o Iraque.

"É impossível conter o conflito dentro das fronteiras da Síria: nós já estamos sofrendo a expansão de grupos terroristas como ÍSIS (Estado Islâmico do Iraque e o Levante) e outros vinculados à Al Qaeda", assegurou o ministro em entrevista coletiva em um campo de refugiados sírio no sul da Turquia transmitida ao vivo.

Zebari participou hoje de uma reunião com seu colega turco, Ahmet Davutoglu, o alto comissário das Nações Unidas para os refugiados, António Guterres, e delegados do Líbano, Jordânia e Egito, para tentar buscar soluções ao drama que vivem os refugiados sírios na região.

O ministro apontou que é preciso buscar uma solução negociada na reunião Genebra II, que será realizada na próxima quarta-feira em Montreux (Suíça), já que "uma solução militar é impossível".

"Não esperamos soluções mágicas em Genebra II porque não há, mas pedimos que seja aproveitada a oportunidade incondicional; há um diferença entre o que desejamos e o que somos capazes de conseguir", ressaltou.

Zebari falou sobre "o sectarismo e o extremismo que envenenam o conflito" e lembrou que "as soluções militares são testadas há três anos e não funcionaram: Bashar Al-Assad segue aí, e a oposição segue, mas lutando entre eles mesmos, enquanto alguns grupos extremistas parecem ganhar terreno".

"A ameaça da Al Qaeda é real: ÍSIS, Frente al Nusra... todos são terroristas e compartilham o mesmo ideal, são "takfiris" que odeiam a vida", abundou Zebari.

O termo "takfiri" descreve a ideologia islamita extrema que classifica de herege e permite assassinar qualquer muçulmano que não aderir à interpretação estrita e muito minoritária defendida por seus seguidores.

Davutoglu reconheceu o caráter "terrorista" dos grupos vinculados à Al Qaeda e prometeu respaldar o Iraque em sua luta, mas rejeitou associar a oposição síria em conjunto ao terrorismo islamita.

"Os radicais chegaram à região após dois anos nos quais Damasco apostou pela opção militar; o sectarismo foi suscitado pelo próprio regime para sobreviver", lembrou o ministro turco.

"O regime está proporcionando apoio logístico a elementos da Al Qaeda porque o convém", recalcou Davutoglu, em consonância com a Coalizão Nacional Síria, que está há semanas denunciando a ÍSIS como "uma mina plantada por Assad".

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Istambul - O ministro das Relações Exteriores iraquiano, Hoshyar Zebari, advertiu nesta sexta-feira sobre o perigo que a expansão de grupos relacionados com a Al Qaeda , que combatem na Síria , acabe afetando os países vizinhos, como já ocorre com o Iraque.

"É impossível conter o conflito dentro das fronteiras da Síria: nós já estamos sofrendo a expansão de grupos terroristas como ÍSIS (Estado Islâmico do Iraque e o Levante) e outros vinculados à Al Qaeda", assegurou o ministro em entrevista coletiva em um campo de refugiados sírio no sul da Turquia transmitida ao vivo.

Zebari participou hoje de uma reunião com seu colega turco, Ahmet Davutoglu, o alto comissário das Nações Unidas para os refugiados, António Guterres, e delegados do Líbano, Jordânia e Egito, para tentar buscar soluções ao drama que vivem os refugiados sírios na região.

O ministro apontou que é preciso buscar uma solução negociada na reunião Genebra II, que será realizada na próxima quarta-feira em Montreux (Suíça), já que "uma solução militar é impossível".

"Não esperamos soluções mágicas em Genebra II porque não há, mas pedimos que seja aproveitada a oportunidade incondicional; há um diferença entre o que desejamos e o que somos capazes de conseguir", ressaltou.

Zebari falou sobre "o sectarismo e o extremismo que envenenam o conflito" e lembrou que "as soluções militares são testadas há três anos e não funcionaram: Bashar Al-Assad segue aí, e a oposição segue, mas lutando entre eles mesmos, enquanto alguns grupos extremistas parecem ganhar terreno".

"A ameaça da Al Qaeda é real: ÍSIS, Frente al Nusra... todos são terroristas e compartilham o mesmo ideal, são "takfiris" que odeiam a vida", abundou Zebari.

O termo "takfiri" descreve a ideologia islamita extrema que classifica de herege e permite assassinar qualquer muçulmano que não aderir à interpretação estrita e muito minoritária defendida por seus seguidores.

Davutoglu reconheceu o caráter "terrorista" dos grupos vinculados à Al Qaeda e prometeu respaldar o Iraque em sua luta, mas rejeitou associar a oposição síria em conjunto ao terrorismo islamita.

"Os radicais chegaram à região após dois anos nos quais Damasco apostou pela opção militar; o sectarismo foi suscitado pelo próprio regime para sobreviver", lembrou o ministro turco.

"O regime está proporcionando apoio logístico a elementos da Al Qaeda porque o convém", recalcou Davutoglu, em consonância com a Coalizão Nacional Síria, que está há semanas denunciando a ÍSIS como "uma mina plantada por Assad".

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