Exército aceita vitória da oposição na Tailândia
Yingluck Shinawatra, de 44 anos, será a primeira mulher chefe de Governo do país
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2011 às 09h34.
Bangkok - O Exército tailandês, sempre sob suspeita de querer interferir na vida política do país, aceitou nesta segunda-feira a ampla vitória nas eleições legislativas da oposição, que formou uma coalizão de cinco partidos para consolidar a folgada maioria.
Yingluck Shinawatra, de 44 anos, será a primeira mulher chefe de Governo do país, um destino incrível para a irmã mais nova de Thaksin Shinawatra, derrubado em 2006 pelo Exército e atualmente líder da oposição no exílio, em Dubai.
As eleições de domingo eram consideradas essenciais para acabar com a profunda crise política e o abismo que separa a elites da capital das massas urbanas e rurais desfavorecidas.
A votação foi tranquila e até o momento ninguém questionou a vitória do partido Puea Thai ("Para os tailandeses"), que ha conseguiu 265 das 500 cadeiras do Parlamento.
O Partido Democrata do atual primeiro-ministro, Abhisit Vejjajiva, conseguiu 159 cadeiras.
A derrota humilhante levou Abhisit, de 46 anos, a renunciar à presidência do partido.
"O resultado é claro: o Puea Thai venceu as eleições e os democratas foram derrotados", declarou, ao mesmo tempo que defendeu "a unidade e a reconciliação".
A mensagem do Exército não foi divulgada pelo seu poderoso comandante, Prayut Chan-O-Cha, e sim pelo ministro da Defesa, general Prawit Wongsuwon.
"Conversei com os altos comandantes militares. Deixaremos os políticos trabalharem, o Exército não vai interferir", declarou à AFP.
"O povo se expressou com clareza e os militares não podem fazer nada. Aceitamos, o que podemos fazer?", completou.
A Tailândia passou por 18 golpes de Estado ou tentativas frustradas desde 1932, o último deles em 2006, contra os vencedores da votação de domingo.
A magnitude do triunfo da candidata novata, desconhecida da população há dois meses, que Thaksin apresentou como seu "clone", torna difícil uma intervenção militar.
Yingluck deu a primeira entrevista coletiva como futura primeira-ministra, na qual esboçou um governo de coalizão que terá 299 deputados de 500.
"Cinco partidos concordaram em trabalhar juntos para governar o país e resolver os problemas do povo", declarou.
"O problema mais urgente é conseguir a reconciliação. Vamos procurar todas as partes", insistiu.
Em Dubai, onde vive exilado, Thaksin se mostrou conciliador e afirmou que sua volta "não é uma prioridade".
"Estive no partido por muito tempo e agora quero realmente a aposentadoria. Voltar não significa retomar a política".
A votação de domingo foi calma, com poucos incidentes, apesar dos temores de uma nova explosão da violência um ano depois das manifestações dos "camisas vermelhas".
Um total de 100.000 manifestantes ocuparam no ano passado o centro de Bangcoc durante dois meses para exigir a renúncia de Abhisit, antes de serem expulsos pelo Ejército após vários dias de guerrilha urbana.
A crise, a mais grave vivida pela Tailândia moderna, deixou mais de 90 mortos e 1.900 feridos.
Lideranças do movimento dos "camisas vermelhas" pediram ao novo governo que investigue para descobrir a verdade sobre a onda de violência de 2010.
Bangkok - O Exército tailandês, sempre sob suspeita de querer interferir na vida política do país, aceitou nesta segunda-feira a ampla vitória nas eleições legislativas da oposição, que formou uma coalizão de cinco partidos para consolidar a folgada maioria.
Yingluck Shinawatra, de 44 anos, será a primeira mulher chefe de Governo do país, um destino incrível para a irmã mais nova de Thaksin Shinawatra, derrubado em 2006 pelo Exército e atualmente líder da oposição no exílio, em Dubai.
As eleições de domingo eram consideradas essenciais para acabar com a profunda crise política e o abismo que separa a elites da capital das massas urbanas e rurais desfavorecidas.
A votação foi tranquila e até o momento ninguém questionou a vitória do partido Puea Thai ("Para os tailandeses"), que ha conseguiu 265 das 500 cadeiras do Parlamento.
O Partido Democrata do atual primeiro-ministro, Abhisit Vejjajiva, conseguiu 159 cadeiras.
A derrota humilhante levou Abhisit, de 46 anos, a renunciar à presidência do partido.
"O resultado é claro: o Puea Thai venceu as eleições e os democratas foram derrotados", declarou, ao mesmo tempo que defendeu "a unidade e a reconciliação".
A mensagem do Exército não foi divulgada pelo seu poderoso comandante, Prayut Chan-O-Cha, e sim pelo ministro da Defesa, general Prawit Wongsuwon.
"Conversei com os altos comandantes militares. Deixaremos os políticos trabalharem, o Exército não vai interferir", declarou à AFP.
"O povo se expressou com clareza e os militares não podem fazer nada. Aceitamos, o que podemos fazer?", completou.
A Tailândia passou por 18 golpes de Estado ou tentativas frustradas desde 1932, o último deles em 2006, contra os vencedores da votação de domingo.
A magnitude do triunfo da candidata novata, desconhecida da população há dois meses, que Thaksin apresentou como seu "clone", torna difícil uma intervenção militar.
Yingluck deu a primeira entrevista coletiva como futura primeira-ministra, na qual esboçou um governo de coalizão que terá 299 deputados de 500.
"Cinco partidos concordaram em trabalhar juntos para governar o país e resolver os problemas do povo", declarou.
"O problema mais urgente é conseguir a reconciliação. Vamos procurar todas as partes", insistiu.
Em Dubai, onde vive exilado, Thaksin se mostrou conciliador e afirmou que sua volta "não é uma prioridade".
"Estive no partido por muito tempo e agora quero realmente a aposentadoria. Voltar não significa retomar a política".
A votação de domingo foi calma, com poucos incidentes, apesar dos temores de uma nova explosão da violência um ano depois das manifestações dos "camisas vermelhas".
Um total de 100.000 manifestantes ocuparam no ano passado o centro de Bangcoc durante dois meses para exigir a renúncia de Abhisit, antes de serem expulsos pelo Ejército após vários dias de guerrilha urbana.
A crise, a mais grave vivida pela Tailândia moderna, deixou mais de 90 mortos e 1.900 feridos.
Lideranças do movimento dos "camisas vermelhas" pediram ao novo governo que investigue para descobrir a verdade sobre a onda de violência de 2010.