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Ex-presidente liberiano cumprirá pena em presídio britânico

O ex-presidente da Libéria Charles Taylor, sentenciado a 50 anos de prisão por crimes de guerra, cumprirá sua pena em uma prisão britânica


	Charles Taylor, ex-presidente da Libéria: Taylor foi condenado a 50 anos de prisão por crimes de guerra e contra a humanidade
 (Koen van Weel/Pool/Reuters)

Charles Taylor, ex-presidente da Libéria: Taylor foi condenado a 50 anos de prisão por crimes de guerra e contra a humanidade (Koen van Weel/Pool/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 11h30.

Londres - O ex-presidente da Libéria Charles Taylor, sentenciado a 50 anos de prisão por crimes de guerra, cumprirá sua pena em uma prisão britânica, informou nesta quinta-feira o secretário de Estado de Justiça do Reino Unido, Jeremy Wright.

A sala de apelação do Tribunal Especial para Serra Leoa (TESL), ainda no final de setembro, confirmou a condenação de Taylor a 50 anos de prisão por crimes de guerra e contra a humanidade, os quais foram cometidos durante a guerra civil do país africano (1991-2002).

Taylor, que possui de 65 anos e governou Libéria entre 1997 e 2003, cumprirá sua sentença no Reino Unido a pedido dessa corte.

Taylor foi o primeiro chefe de Estado a ser condenado à prisão por um tribunal de guerra internacional desde a Segunda Guerra Mundial, ao ser considerado culpado de pelo menos 11 acusações relacionadas com crimes de guerra e contra a humanidade, que incluem ações de terrorismo, assassinato, estupro e utilização de crianças-soldado.

Em comunicado, Wright informou hoje ao Parlamento que Taylor será transferido a uma prisão britânica, ainda sem precisar qual, para cumprir a pena estipulada pelo TESL.

"A justiça internacional é uma parte central da política externa. É essencial para assegurar os direitos dos indivíduos e dos Estados, assim como para assegurar a paz e a reconciliação", declarou Wright na nota.

Segundo o ministro britânico, a condenação de Taylor pode ser considerada "um marco na justiça internacional", já que "demonstra claramente que aqueles que cometem atrocidades prestarão contas e que, independente de sua posição, não desfrutarão de impunidade".

Suécia e Ruanda também tinham se oferecido para encarcerar o ex-dirigente liberiano.

Em maio de 2012, o ex-presidente liberiano foi condenado a 50 anos de prisão pelo TESL por instigar os rebeldes de Serra Leoa a cometer crimes atrozes nesse país durante a guerra civil, que resultou na morte de pelo menos 50 mil pessoas e afetou outras 100 mil, entre elas muitos mutilados.

De acordo com a decisão do TESL, Taylor forneceu armamento aos rebeldes da Frente Unida Revolucionário (RUF, em inglês) em troca de diamantes. Na ocasião, os juízes também esclareceram que a pena estipulada seria contada a partir da data em que Taylor foi detido para enfrentar o julgamento, ou seja, a partir de março de 2006.

No entanto, a pena decretada foi inferior aos 80 anos que era reivindicado pela Promotoria, levando em consideração que o ex-presidente liberiano não tinha participado diretamente nos crimes, mas teria sido cúmplice ao fornecer apoio logístico e moral aos rebeldes.

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