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Ex-presidente da AFA recebeu US$ 15 mi de propina, diz EUA

Denúncia explica que os contratos foram assinados em 2013, quando Grondona, que morreu no ano passado, ainda presidia a entidade argentina


	Julio Grondona, ex-presidente da AFA: denúncia explica que os contratos foram assinados em 2013
 (REUTERS/Enrique Marcarian)

Julio Grondona, ex-presidente da AFA: denúncia explica que os contratos foram assinados em 2013 (REUTERS/Enrique Marcarian)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2015 às 06h31.

Buenos Aires - A Justiça dos Estados Unidos acusa Julio Grondona, o falecido ex-presidente da Associação de Futebol Argentina (AFA), de ter recebido propina no valor de US$ 15 milhões, informou nesta quarta-feira a imprensa argentina, que citou partes de um relatório da procuradoria americana.

Segundo a imprensa do país sul-americano, um relatório da procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, que anunciou hoje uma ampla investigação contra a corrupção no mundo do futebol, afirma que "o presidente da Conmebol e os presidentes das federações de Brasil e Argentina" receberam propina no valor de US$ 15 milhões.

De acordo com essa mesma fonte, as propinas teriam sido pagas pela empresa Datisa, que pertence aos empresários argentinos Alejandro Burzaco, Hugo Jinkis e Mariano Jinkis, por um contrato para realizar a Copa América 2015 (Chile), a Copa América do Centenário 2016 (EUA) e mais duas edições dessa competição, em 2019 e 2023.

Apesar de não citar nomes explicitamente, a denúncia explica que os contratos foram assinados em 2013, quando Grondona, que morreu no ano passado, ainda presidia a AFA.

Os empresários argentinos da Datisa - Burzaco e os Jinkis (pai e filho) - têm cargos na Fifa e foram acusados pelo pagamento das propinas.

Humberto Grondona, filho do ex-presidente da AFA, disse hoje, antes que soubesse que seu pai aparecia no relatório da Justiça dos Estados Unidos, que não estava surpreso com a investigação e que sabia de "certas irregularidades nas eleições dos países-sede do Mundial".

"Não me surpreende. Por isso falei na época com meu pai, sabíamos de certas irregularidades que tinham ocorrido nas eleições dos países-sede do Mundial. No entanto, os que estão sendo julgados são pessoas, não uma entidade", disse.

"Se essas pessoas fizeram coisas que não são lógicas, com o tempo vão pagar pelas consequências. Neste momento, não sei os nomes dos envolvidos; mas quem quer que seja, se agiu mal, já era", disse Humberto ao jornal argentino "Clarín".

A Chancelaria argentina confirmou hoje que os Estados Unidos apresentaram um pedido de detenção com fins de extradição dos três cidadãos argentinos vinculados com a investigação da Fifa.

Os pedidos de extradição na Argentina se somam às detenções de sete dirigentes da Fifa, entre eles o ex-presidente e atual vice da CBF, José Maria Marin, que aconteceram durante a madrugada na cidade suíça de Zurique a pedido da Justiça americana.

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