Ex-premiê islandês é julgado por colapso bancário em 2008
Se for considerado culpado, Haarde pode ser condenado a até dois anos de prisão
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2012 às 12h24.
Reykjavik - O julgamento do ex-primeiro-ministro da Islândia Geir Haarde para determinar sua responsabilidade no colapso do setor bancário em 2008, que afundou o país nórdico em uma grave crise, começou nesta segunda-feira em Reykjavik, onde é julgado por um tribunal especial.
"Rejeito todas as acusações e acredito que não têm fundamento", disse Haarde, de 60 anos, no início do processo.
O ex-primeiro-ministro também alegou diante do tribunal que "é a primeira vez" que tem a possibilidade de responder às acusações neste caso.
"Apenas da perspectiva do tempo transcorrido pode-se dizer que as coisas não ocorreram como deveriam", disse.
Haarde, então chefe do Partido da Independência (direita), no poder desde meados de 2006, era um dos quatro dirigentes políticos considerados culpados pela queda de um setor bancário hipertrofiado, segundo um informe de especialistas publicado em 2010 sobre a crise financeira islandesa.
No momento de sua implosão, os principais bancos do país possuíam no total ativos equivalentes a 923% do PIB.
Em setembro de 2010, o Parlamento considerou que Haarde era o único que deveria ser julgado por esta crise, incluindo a quebra do banco on-line Icesave, que gerou uma disputa diplomática entre Reykjavik, por um lado, e Reino Unido e Holanda, pelo outro.
No informe acusa Haarde de ter escondido na primavera (hemisfério norte) de 2008 informações segundo as quais o país se encaminhava em direção a uma grave crise financeira.
A Landsdomur, única corte habilitada a julgar ministros ou ex-ministros, e que nunca havia sido convocada até então, decidiu descartar em outubro duas das seis acusações contra o ex-chefe de Governo, incluindo a mais importante, a de "grave negligência".
Mas Haarde deverá responder perante os juízes por sua inação quando teria sido necessário reduzir o tamanho dos bancos hipertrofiados, e de não ter assegurado que as contas que a Icesave tinha na Grã-Bretanha e na Holanda estavam delegadas a filiais nestes países, segundo os meios islandeses.
Se for considerado culpado, Haarde pode ser condenado a até dois anos de prisão, segundo a mesma fonte.
A implosão dos bancos afundou a Islândia em uma profunda recessão que exigiu a intervenção do FMI, com um empréstimo de 2,1 bilhões de dólares. A coroa islandesa foi desvalorizada, embora agora o país tenha recuperado o crescimento e seu PIB deve crescer neste ano 3,1%, segundo a agência nacional de estatísticas.
Em uma entrevista concedida no ano passado à AFP, Haarde classificou este processo de "farsa política encenada por velhos inimigos políticos".
O processo, que terminará por volta de 15 de março, é realizado na Casa da Cultura islandesa em Reykjavik, escolhida por seu tamanho e considerada como terreno neutro.
Reykjavik - O julgamento do ex-primeiro-ministro da Islândia Geir Haarde para determinar sua responsabilidade no colapso do setor bancário em 2008, que afundou o país nórdico em uma grave crise, começou nesta segunda-feira em Reykjavik, onde é julgado por um tribunal especial.
"Rejeito todas as acusações e acredito que não têm fundamento", disse Haarde, de 60 anos, no início do processo.
O ex-primeiro-ministro também alegou diante do tribunal que "é a primeira vez" que tem a possibilidade de responder às acusações neste caso.
"Apenas da perspectiva do tempo transcorrido pode-se dizer que as coisas não ocorreram como deveriam", disse.
Haarde, então chefe do Partido da Independência (direita), no poder desde meados de 2006, era um dos quatro dirigentes políticos considerados culpados pela queda de um setor bancário hipertrofiado, segundo um informe de especialistas publicado em 2010 sobre a crise financeira islandesa.
No momento de sua implosão, os principais bancos do país possuíam no total ativos equivalentes a 923% do PIB.
Em setembro de 2010, o Parlamento considerou que Haarde era o único que deveria ser julgado por esta crise, incluindo a quebra do banco on-line Icesave, que gerou uma disputa diplomática entre Reykjavik, por um lado, e Reino Unido e Holanda, pelo outro.
No informe acusa Haarde de ter escondido na primavera (hemisfério norte) de 2008 informações segundo as quais o país se encaminhava em direção a uma grave crise financeira.
A Landsdomur, única corte habilitada a julgar ministros ou ex-ministros, e que nunca havia sido convocada até então, decidiu descartar em outubro duas das seis acusações contra o ex-chefe de Governo, incluindo a mais importante, a de "grave negligência".
Mas Haarde deverá responder perante os juízes por sua inação quando teria sido necessário reduzir o tamanho dos bancos hipertrofiados, e de não ter assegurado que as contas que a Icesave tinha na Grã-Bretanha e na Holanda estavam delegadas a filiais nestes países, segundo os meios islandeses.
Se for considerado culpado, Haarde pode ser condenado a até dois anos de prisão, segundo a mesma fonte.
A implosão dos bancos afundou a Islândia em uma profunda recessão que exigiu a intervenção do FMI, com um empréstimo de 2,1 bilhões de dólares. A coroa islandesa foi desvalorizada, embora agora o país tenha recuperado o crescimento e seu PIB deve crescer neste ano 3,1%, segundo a agência nacional de estatísticas.
Em uma entrevista concedida no ano passado à AFP, Haarde classificou este processo de "farsa política encenada por velhos inimigos políticos".
O processo, que terminará por volta de 15 de março, é realizado na Casa da Cultura islandesa em Reykjavik, escolhida por seu tamanho e considerada como terreno neutro.