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Ex-ditador guatemalteco será julgado por genocídio

Efraín Ríos Montt é acusado pela matança de 1.770 indígenas maias ixiles durante seu regime entre 1982 e 1983


	Ex-ditador guatemalteco Efraín Ríos Montt em julgamento: ele é mantido em prisão domiciliar há um ano
 (Johan Ordóñez/AFP)

Ex-ditador guatemalteco Efraín Ríos Montt em julgamento: ele é mantido em prisão domiciliar há um ano (Johan Ordóñez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2013 às 07h52.

Cidade da Guatemala - O ex-ditador guatemalteco Efraín Ríos Montt irá a julgamento pelo genocídio de povos indígenas durante seu regime entre 1982 e 1983, anunciou nesta segunda-feira o juiz Miguel Gálvez, em uma decisão histórica por se tratar do primeiro ex -governante a ser processado por esse crime.

"Uma ordem foi emitida para o julgamento de Jose Efrain Ríos Montt pelos crimes de genocídio e de crimes contra a Humanidade", anunciou o juiz, ao ler a resolução em uma pequena sala de um tribunal da Cidade da Guatemala.

O ex-ditador, mantido em prisão domiciliar há um ano, é acusado de genocídio pela matança de 1.770 indígenas maias ixiles que ocorreu durante seu mandato no departamento de Quiché, norte, nesse que foi considerado o mais cruel da guerra civil guatemalteca, que deixou cerca de 200.000 mortos e desaparecidos entre 1960 e 1996.

O general Ríos Montt, de 86 anos, chegou pontualmente à audiência. Do lado de fora do tribunal, no centro da capital, um grupo de familiares das vítimas da repressão instalou um altar improvisado para uma cerimônia com oferendas, velas, incenso, flores e colocaram ainda lenços exigindo "justiça".

Sob o regime do general Ríos Montt, que chegou ao poder depois de liderar um golpe de Estado em 1982, o Exército aplicou a chamada política da "Terra Arrasada" sobre populações indígenas acusadas de colaborar com a guerrilha esquerdista, no contexto da Guerra Fria.

Nas operações de terra arrasada, as forças do Estado no só exterminaram milhares de indígenas da etnia maia Ixil, como também destruíram habitações, gado, plantações e outros elementos de sobrevivência" desse povo, indicou um relatório da ONU.

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