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Ex-chefe de campanha de Trump aguarda julgamento isolado em prisão

Desde que começaram as acusações contra Manafort, a Casa Branca e o próprio Trump optaram por distanciar-se do ex-chefe de campanha

Donald Trump: chefe de campanha do líder americano é investigado no caso do conluio russo (Leah Millis/Reuters)
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EFE

Publicado em 6 de julho de 2018 às 18h25.

Washington - Paul Manafort, que foi chefe da campanha presidencial de Donald Trump nas eleições de 2016 nos Estados Unidos e que é investigado no caso do conluio russo, aguarda o início de um dos seus julgamentos na prisão, onde fica isolado 23 horas por dia, segundo afirma sua defesa em documentos aos quais a Agência Efe teve acesso nesta sexta-feira.

"Está preso em uma cela pelo menos 23 horas ao dia - sem contar com as visitas dos seus advogados - em instalações que se encontram a aproximadamente duas horas de sua equipe legal", detalha o documento dos advogados.

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No texto, dirigido à Corte de Apelações do Circuito para o Distrito de Columbia, se explica que o "confinamento" sem companhia do empresário se deve ao fato de que esta é a única forma de se garantir sua segurança.

A apelação registrada pela defesa do ex-chefe da campanha do atual presidente dos Estados Unidos pretende que se reverta a decisão da corte federal de Washington do último dia 15 de junho, quando considerou que Manafort deveria esperar seus dois julgamentos na prisão.

A juíza determinou a sentença quando o acusado foi indiciado por obstrução à Justiça após ter tentado influenciar nos depoimentos de pelo menos duas testemunhas, o que esgotou a paciência da magistrada com Manafort, que permanecia em prisão domiciliar desde outubro do ano passado, quando se entregou ao FBI .

Manafort encarará nos próximos meses dois julgamentos diante de duas cortes nas quais se declarou inocente: um fixado para 25 de julho na Virgínia e outro que começará no dia 17 de setembro em Washington, dois meses antes das eleições legislativas.

O promotor especial Robert Mueller investiga o governo americano desde maio de 2017, de maneira independente, sobre os possíveis laços entre membros da campanha de Trump e o Kremlin, o qual as agências de Inteligência dos EUA acusam de interferir nos pleitos presidenciais de 2016.

Manafort supostamente trabalhou entre 2006 e 2017 para governos estrangeiros, entre eles o Executivo pró-Rússia do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich (2010-2014), e para oligarcas russos, aos quais ajudou a melhorar sua imagem em Washington, sem comunicar ao governo dos EUA, o que constitui um crime.

O processo contra Manafort é resultado da investigação de Mueller sobre os supostos laços entre a Rússia e membros da campanha de Trump, mas não está relacionado diretamente com as atividades que desempenhou entre junho e agosto de 2016 como chefe da campanha do agora presidente.

Manafort teve que se demitir depois que se descobriu que tinha ocultado das autoridades um pagamento de US$ 12,7 milhões que recebeu por assessorar Yanukovich.

Desde que começaram as acusações contra Manafort, a Casa Branca e o próprio Trump optaram por distanciar-se do ex-chefe de campanha.

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