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Evo Morales dá ultimato a Luis Arce e exige que troca de ministros em 24 horas

Milhares de simpatizantes do ex-presidente chegaram nesta segunda-feira à capital após uma passeata pelo altiplano boliviano com a participação de Morales

Bolivian former President (2006-2019) Evo Morales Ayma leads the so-called ‘March to Save Bolivia’ -against his former ally, leftist leader Luis Arce- in Ayo Ayo, Bolivia, on September 21, 2024. The march of around 4,000 people is a protest against Arce's government, which they accuse of using the Judicial and Electoral powers to block Morales' candidacy for the August 2025 elections and in response to the economic crisis, evident in the shortage of dollars and fuel. (Photo by AIZAR RALDES / AFP) (AIZAR RALDES/AFP)
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 24 de setembro de 2024 às 06h34.

O ex-presidente da Bolívia e líder do partido governista, Evo Morales, deu um ultimato ao atual presidente do país e seu correligionário, Luis Arce , nesta segunda-feira, exigindo que ele troque seus ministros em 24 horas se quiser concluir o mandato.

“Se Lucho (Arce) quiser continuar governando, primeiro, em 24 horas, deve trocar os ministros narcotraficantes, os ministros corruptos das drogas e os ministros racistas e fascistas”, disse Morales durante um discurso em La Paz.

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Milhares de simpatizantes do ex-presidente chegaram nesta segunda-feira à capital depois de uma passeata de sete dias e 187 quilômetros pelo altiplano boliviano com a participação de Morales. A mobilização, chamada “Marcha para salvar a Bolívia”, foi descrita por Arce como uma tentativa de “golpe de Estado”.

Antes da chegada da marcha, apoiadores de Arce, armados com pedaços de madeira e escudos improvisados, montaram barricadas e cercaram a Praza Murillo, onde fica a sede do governo, com medo de que os simpatizantes de Morales tentassem invadi-la.

“Errei ao nomear Lucho (Arce) presidente”, disse Morales durante seu discurso, mencionando que o presidente boliviano ‘afundou’ a Bolívia em uma crise econômica devido à falta de dólares e à escassez de combustível.

Arce foi ministro da Economia quando Morales foi presidente, e ambos são do mesmo partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), mas o ex-presidente culpa o correligionário pela crise no país, alegando que ele é “de direita” e está tentando “banir” a legenda.

Por sua vez, Arce culpa Morales pela crise atual, por causa da falta de projetos de exploração para aumentar as reservas de gás natural, um produto do qual a economia boliviana dependia até recentemente.

A mobilização, que começou na última terça-feira, causou tensão entre os habitantes de La Paz, que temem um confronto direto entre “evistas” e “arcistas”.

O ex-presidente também está tentando fazer com que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o aprove como candidato presidencial para as eleições de 2025, apesar de haver uma proibição constitucional.

Morales também advertiu os magistrados do TSE que, se eles não reconhecerem o congresso do MAS, realizado por seus partidários em 2023, e no qual ele foi proclamado como “candidato único” da legenda, os “evistas” estabelecerão um bloqueio de rodovias em todo o país a partir da próxima segunda-feira.

Arce e Morales estão afastados desde o final de 2021 e travam uma longa batalha pelo controle do MAS e do governo.

"Evistas” e “arcistas” realizaram congressos separados para nomear a diretoria do partido e proclamar candidatos, mas o TSE insistiu que eles realizem um congresso em conjunto para que seja válido, o que não aconteceu.

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