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Europa busca maneira de ajudar os bancos, e EUA se impacientam

"Neste momento, a Grécia não é mais o problema, o problema são os bancos" resumiu um diplomata europeu

Agência do Royal Bank of Scotland, em Londres: piora na situação do setor (Oli Scarff/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2011 às 14h27.

Berlim - Os bancos europeus estão em meio à linha de fogo nas discussões sobre a crise da dívida desta sexta-feira, enquanto que a Europa, principalmente Alemanha e França, buscam a melhor maneira de sair em seu socorro.

A degradação, nesta sexta-feira, pela Moody's da nota de vários bancos portugueses e britânicos não fez mais que mostrar a urgência de atuar para evitar que a crise da dívida, em particular a grega, se transforme em uma crise do setor bancário.

As Bolsas, por sua vez, a meia sessão, recebiam com otimismo os dados melhores que o previsto sobre emprego nos Estados Unidos, e consolidavam o terceiro dia de alta consecutivo.

"Neste momento, a Grécia não é mais o problema, o problema são os bancos", confessou um diplomata europeu que confirmou o objetivo de alcançar um "consenso" sobre a quantidade e um calendário na reunião de dirigentes dos países da União Europeia, e da Eurozona, em 17 e 18 de outubro em Bruxelas.

A Comissão Europeia anunciou na sexta-feira que quer apresentar "nos próximos dias" uma proposta para uma ação coordenada para recapitalizar os bancos na União Europeia.

As medidas de apoio excepcionais anunciadas na quinta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE) não tiveram um efeito milagroso.

Segundo uma estatística publicada na sexta-feira pela instituição, os depósitos noturnos dos bancos no BCE alcançaram pela quinta sessão consecutiva um recorde anual, sinal de que a desconfiança prossegue.

Para que o crédito e consequentemente a economia funcionem bem, os bancos devem emprestar dinheiro e obter remuneração entre si, ao invés de guardá-lo nas caixas do BCE, concebidas como último recurso.

A propagação da crise da dívida na economia real é um cenário temido principalmente pelos Estados Unidos, que não param de exigir medidas mais contundentes por parte dos europeus.

Alemanha e França, no entanto, devem apresentar o caminho.


A chanceler alemã, Angela Merkel, recordou nesta sexta-feira que há uma ordem a ser seguida: os bancos devem primeiro tentar encontrar capital por si só, antes de dirigirem-se aos "Estados nacionais". Uma vez feito isso, o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Feef) só poderá ser utilizado caso o Estado não seja capaz de financiá-los.

O Feef, uma vez que Malta e Eslováquia tenham aceitado reforçá-lo, terá a possibilidade de ajudar mais facilmente o setor bancário.

"Não há nenhuma divergência franco-alemã", assegurou o ministério francês de Finanças à AFP, sobre o fato de que as "fontes de capitalização devem ser a princípio privadas".

Contudo, "há várias opções no que diz respeito ao financiamento público", reconheceram fontes do mesmo.

A imprensa alemã suspeita que a França prefira recorrer aos fundos europeus mais que a seus próprios cofres para ajudar aos bancos, por medo de comprometer sua nota de solvência, AAA, a máxima possível.

Os bancos estarão atentos ao encontro de domingo, em Berlim, entre Merkel e o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

O reforço dos bancos europeus é uma etapa preliminar ao novo pacote de ajuda à Grécia, que deve passar por uma quitação importante de seus títulos da dívida.

Os bancos da Eurozona terão que aceitar ajudar a Grécia com a renúncia a parte de seus empréstimos, o que se traduziria em fortes perdas para as entidades expostas à dívida grega.

O ministro alemão de Economia, Philipp Rösler, em visita à Atenas, recebeu de seu homólogo grego Evangelos Venizelos a promessa de que a Grécia pagará "até o último euro".

Esta visita é uma das raras viagens efetuadas por um dirigente alemão à Grécia desde o início da crise da dívida na Eurozona. Atenas mantém relações tensas com seu principal credor.

De acordo com uma pesquisa publicada nesta sexta-feira pela rede de TV ARD, 53% dos alemães reprovam a ajuda à Grécia, volume 6 ponto percentual maior que há um mês.

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Berlim - Os bancos europeus estão em meio à linha de fogo nas discussões sobre a crise da dívida desta sexta-feira, enquanto que a Europa, principalmente Alemanha e França, buscam a melhor maneira de sair em seu socorro.

A degradação, nesta sexta-feira, pela Moody's da nota de vários bancos portugueses e britânicos não fez mais que mostrar a urgência de atuar para evitar que a crise da dívida, em particular a grega, se transforme em uma crise do setor bancário.

As Bolsas, por sua vez, a meia sessão, recebiam com otimismo os dados melhores que o previsto sobre emprego nos Estados Unidos, e consolidavam o terceiro dia de alta consecutivo.

"Neste momento, a Grécia não é mais o problema, o problema são os bancos", confessou um diplomata europeu que confirmou o objetivo de alcançar um "consenso" sobre a quantidade e um calendário na reunião de dirigentes dos países da União Europeia, e da Eurozona, em 17 e 18 de outubro em Bruxelas.

A Comissão Europeia anunciou na sexta-feira que quer apresentar "nos próximos dias" uma proposta para uma ação coordenada para recapitalizar os bancos na União Europeia.

As medidas de apoio excepcionais anunciadas na quinta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE) não tiveram um efeito milagroso.

Segundo uma estatística publicada na sexta-feira pela instituição, os depósitos noturnos dos bancos no BCE alcançaram pela quinta sessão consecutiva um recorde anual, sinal de que a desconfiança prossegue.

Para que o crédito e consequentemente a economia funcionem bem, os bancos devem emprestar dinheiro e obter remuneração entre si, ao invés de guardá-lo nas caixas do BCE, concebidas como último recurso.

A propagação da crise da dívida na economia real é um cenário temido principalmente pelos Estados Unidos, que não param de exigir medidas mais contundentes por parte dos europeus.

Alemanha e França, no entanto, devem apresentar o caminho.


A chanceler alemã, Angela Merkel, recordou nesta sexta-feira que há uma ordem a ser seguida: os bancos devem primeiro tentar encontrar capital por si só, antes de dirigirem-se aos "Estados nacionais". Uma vez feito isso, o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Feef) só poderá ser utilizado caso o Estado não seja capaz de financiá-los.

O Feef, uma vez que Malta e Eslováquia tenham aceitado reforçá-lo, terá a possibilidade de ajudar mais facilmente o setor bancário.

"Não há nenhuma divergência franco-alemã", assegurou o ministério francês de Finanças à AFP, sobre o fato de que as "fontes de capitalização devem ser a princípio privadas".

Contudo, "há várias opções no que diz respeito ao financiamento público", reconheceram fontes do mesmo.

A imprensa alemã suspeita que a França prefira recorrer aos fundos europeus mais que a seus próprios cofres para ajudar aos bancos, por medo de comprometer sua nota de solvência, AAA, a máxima possível.

Os bancos estarão atentos ao encontro de domingo, em Berlim, entre Merkel e o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

O reforço dos bancos europeus é uma etapa preliminar ao novo pacote de ajuda à Grécia, que deve passar por uma quitação importante de seus títulos da dívida.

Os bancos da Eurozona terão que aceitar ajudar a Grécia com a renúncia a parte de seus empréstimos, o que se traduziria em fortes perdas para as entidades expostas à dívida grega.

O ministro alemão de Economia, Philipp Rösler, em visita à Atenas, recebeu de seu homólogo grego Evangelos Venizelos a promessa de que a Grécia pagará "até o último euro".

Esta visita é uma das raras viagens efetuadas por um dirigente alemão à Grécia desde o início da crise da dívida na Eurozona. Atenas mantém relações tensas com seu principal credor.

De acordo com uma pesquisa publicada nesta sexta-feira pela rede de TV ARD, 53% dos alemães reprovam a ajuda à Grécia, volume 6 ponto percentual maior que há um mês.

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