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UE: setor privado vai poder ajudar no resgate de países

Acordo fechado entre os países europeus vai permitir a criação de um mecanismo para estimular que investidores não vendam seus títulos durante as crises

Países que pedirem ajuda terão que passar antes por uma análise para saber se é solvente (Eric Chan/Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2010 às 17h23.

Bruxelas - Dirigentes europeus concretizaram nesta terça-feira a ideia que investidores privados corram, no futuro, em socorro dos países em dificuldades. Optaram, então, pela criação de um fundo de resgate dos países da zona do euro, que começará a funcionar em 2013 prevendo, pela primeira vez, solicitar em caso de crise a contribuição de investidores privados que possuem títulos de dívidas soberanas.

Os dirigentes europeus acertaram, em outubro, criar este mecanismo permanente de gestão de crise para substituir, a partir de meados de 2013, o Fundo de Estabilidade Financeira, criado na primavera boreal passada por um período de três anos.

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No domingo passado, os ministros das Finanças da zona do euro entraram em acordo sobre seu funcionamento.

Como o atual Fundo de Estabilidade - que pode captar dinheiro nos mercados com garantias dos Estados da zona do euro por até 440 bilhões de euros -, o futuro dispositivo permitirá ajudar os Estados em troca de um programa de ajuste implementado com a Comissão Europeia e o FMI.

O mecanismo terá uma novidade: qualquer país que solicitar ajuda será submetido a um exame para saber se é solvente, ou seja, se é capaz - mesmo com ajuda - de continuar honrando suas dívidas.

Se o país padece de uma "crise de liquidez", mas continua sendo solvente, os credores do setor privado serão "estimulados a manter sua exposição", ou seja, não vender seus títulos da dívida.

Ao contrário, se o país for insolvente, a ajuda europeia incluirá não só a obrigação de aplicar um ajuste orçamentário, mas também a reestruturação da dívida.

Esta reestruturação pressupõe uma negociação do Estado com credores privados. Assim, será possível decidir o reescalonamento dos pagamentos, a redução das taxas de juros previstas ou inclusive a redução das quantias a devolver.

Para facilitar o processo, uma série de cláusulas especiais ("cláusulas de ação coletiva") será incluída nas obrigações de Estado emitidas na zona do euro a partir de junho de 2013.

Os credores privados que possuem estes títulos se comprometem a aceitar uma decisão eventual para mudar os termos do pagamento, se um país devedor não puder pagar, segundo as modalidades iniciais.

Assim, segundo este mecanismo, os credores privados - bancos e fundos de investimento que emprestam para os governos - estarão implicados, em caso de crise, na possível reestruturação da dívida de Estado.

Sua contribuição será feita "caso a caso", segundo metodologia aplicada pelo Fundo Monetário Internacional e dependerá da gravidade da crise. Esta gravidade - problema de liquidez ou insolvência - será fixada pela Comissão Europeia e pelo FMI, junto com o Banco Central Europeu (BCE).

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