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EUA recebem enxurrada de crianças da América Central

Pentágono anunciou que acolherá 1.800 menores imigrantes ilegais que chegaram sozinhos e já ultrapassaram a capacidade de resposta das autoridades

Imigrantes no departamento de Imigração dos Estados Unidos em Phoenix, Arizona (Samantha Sais/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2014 às 22h40.

Washington - O Pentágono anunciou nesta segunda-feira que acolherá 1.800 menores imigrantes ilegais que chegaram sozinhos, sobretudo vindos da América Central , e já ultrapassaram a capacidade de resposta das autoridades, criando uma crise humanitária nos Estados Unidos.

O governo está transferindo, em caráter de urgência, os menores a três bases militares e a um centro de detenção federal para evitar a aglomeração nas instalações do Escritório de Alfândegas e Proteção da Fronteira (CBP, na sigla em inglês), que ficaram superlotadas.

O número de crianças que arriscam a vida para atravessar da América Central para os Estados Unidos duplica ano a ano desde 2011, quando não passavam de sete mil.

As autoridades federais detectaram um enorme aumento das entradas ilegais de crianças que viajam sozinhas (muitas delas menores de 12 anos), e calculam que 2014 fechará com um recorde de mais de 60 mil crianças imigrantes ilegais.

O presidente americano, Barack Obama, anunciou na segunda-feira passada a criação de um grupo de várias agências governamentais para fazer frente a uma "urgente crise humanitária", que colocou a capacidade do sistema migratório do país no limite.

Fotos conseguidas pelo site conservador Breitbart mostram celas repletas de meninos e meninas nas instalações da CBP em Rio Grande (Texas), deitados no chão, sem camas e sem os mínimos requisitos de espaço e higiene.

O cônsul honorário de Honduras no Arizona, Tony Banegas, visitou no sábado as instalações para os menores em Nogales (Arizona).

"É um drama. Dormem em contêineres de plástico, com uma manta térmica que parece um papel de alumínio. Dizem que esperam, em breve, ter colchões... e utilizam sanitários portáteis", explicou Banegas em entrevista à Agência Efe.

O cônsul hondurenho está entrevistando cada uma das 236 crianças hondurenhas no centro temporário "rodeado de arame farpado" em que chegaram após passar entre "10 e 11 dias no Texas".

Segundo as normas governamentais, a gestão de menores deve ser passada ao Departamento de Saúde em um prazo de 72 horas.

As crianças cruzaram, provavelmente sozinhas, o México de ponta a ponta, onde ficam expostas a extorsão, estupro e até a morte, para atravessar finalmente a árida fronteira com os Estados Unidos.

Alguns perdem os pais pelo caminho, outros tentam se juntar com parentes nos Estados Unidos, enquanto também aparecem casos de meninas que chegam grávidas ou viajam com bebês nos braços.

Banegas diz que 95% dos que chegaram a Nogales têm parentes nos Estados Unidos e têm "memorizados telefones e endereços" para manter contato com eles.

O Pentágono habilitou a base militar de Fort Sill (Oklahoma), que acolherá, a partir de hoje, 600 desses menores em barracões que até agora eram utilizados para manobras e treinamento e são condicionados para acolher as crianças.

A base aérea de San Antonio-Lackland (Texas) e a naval de Ventura County recebe atualmente 1.200 menores, com acesso à comodidades básicas das que careciam: camas, chuveiros e lugares para brincar.

Desde a chegada de balseiros cubanos e refugiados haitianos não se lembra uma intervenção similar das Forças Armadas dos Estados Unidos para aliviar a pressão migratória.

Segundo funcionários da Casa Branca, a razão principal desta chegada em massa de menores, a maioria meninas, se deve ao aumento da violência em Honduras, Guatemala e El Salvador.

"Estamos vendo um aumento muito significativo nas chegadas de países com altos índices de violência, mas não de outros como México, Nicarágua ou Costa Rica", disseram fontes governamentais.

Esse fato levou a Casa Branca a descartar como causa principal um "efeito chamada" derivado das notícias sobre a reforma migratória ou a suspensão temporária das deportações de jovens que chegaram aos Estados Unidos sendo crianças.

"Estamos realizando uma campanha em Honduras e Guatemala para lembrar o perigo que é ir aos Estados Unidos e para esclarecer que os menores não são elegíveis para a ação diferida", o programa que evita a deportação, explicaram os funcionários.

A ação diferida só é aplicável àqueles que residiram de maneira contínua nos Estados Unidos desde junho de 2007 e estudaram ou serviram nas Forças Armadas nesse tempo.

"(Esta crise) ressalta, mais uma vez, a necessidade de abordar o problema da reforma migratória e o sistema quebrado no qual temos que operar", disse hoje em entrevista coletiva o porta-voz adjunto da Casa Branca, Josh Earnest.

A lei proíbe o Departamento de Segurança Nacional de deportar crianças imigrantes se procedem de países que não têm fronteira com este país.

Segundo dados de 2013, 37% dos menores que chegaram aos EUA sem a companhia de um adulto vinha da Guatemala; 26% de El Salvador; 30% de Honduras; seguidos de 3% de mexicanos e 2% de equatorianos.

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O governo está transferindo, em caráter de urgência, os menores a três bases militares e a um centro de detenção federal para evitar a aglomeração nas instalações do Escritório de Alfândegas e Proteção da Fronteira (CBP, na sigla em inglês), que ficaram superlotadas.

O número de crianças que arriscam a vida para atravessar da América Central para os Estados Unidos duplica ano a ano desde 2011, quando não passavam de sete mil.

As autoridades federais detectaram um enorme aumento das entradas ilegais de crianças que viajam sozinhas (muitas delas menores de 12 anos), e calculam que 2014 fechará com um recorde de mais de 60 mil crianças imigrantes ilegais.

O presidente americano, Barack Obama, anunciou na segunda-feira passada a criação de um grupo de várias agências governamentais para fazer frente a uma "urgente crise humanitária", que colocou a capacidade do sistema migratório do país no limite.

Fotos conseguidas pelo site conservador Breitbart mostram celas repletas de meninos e meninas nas instalações da CBP em Rio Grande (Texas), deitados no chão, sem camas e sem os mínimos requisitos de espaço e higiene.

O cônsul honorário de Honduras no Arizona, Tony Banegas, visitou no sábado as instalações para os menores em Nogales (Arizona).

"É um drama. Dormem em contêineres de plástico, com uma manta térmica que parece um papel de alumínio. Dizem que esperam, em breve, ter colchões... e utilizam sanitários portáteis", explicou Banegas em entrevista à Agência Efe.

O cônsul hondurenho está entrevistando cada uma das 236 crianças hondurenhas no centro temporário "rodeado de arame farpado" em que chegaram após passar entre "10 e 11 dias no Texas".

Segundo as normas governamentais, a gestão de menores deve ser passada ao Departamento de Saúde em um prazo de 72 horas.

As crianças cruzaram, provavelmente sozinhas, o México de ponta a ponta, onde ficam expostas a extorsão, estupro e até a morte, para atravessar finalmente a árida fronteira com os Estados Unidos.

Alguns perdem os pais pelo caminho, outros tentam se juntar com parentes nos Estados Unidos, enquanto também aparecem casos de meninas que chegam grávidas ou viajam com bebês nos braços.

Banegas diz que 95% dos que chegaram a Nogales têm parentes nos Estados Unidos e têm "memorizados telefones e endereços" para manter contato com eles.

O Pentágono habilitou a base militar de Fort Sill (Oklahoma), que acolherá, a partir de hoje, 600 desses menores em barracões que até agora eram utilizados para manobras e treinamento e são condicionados para acolher as crianças.

A base aérea de San Antonio-Lackland (Texas) e a naval de Ventura County recebe atualmente 1.200 menores, com acesso à comodidades básicas das que careciam: camas, chuveiros e lugares para brincar.

Desde a chegada de balseiros cubanos e refugiados haitianos não se lembra uma intervenção similar das Forças Armadas dos Estados Unidos para aliviar a pressão migratória.

Segundo funcionários da Casa Branca, a razão principal desta chegada em massa de menores, a maioria meninas, se deve ao aumento da violência em Honduras, Guatemala e El Salvador.

"Estamos vendo um aumento muito significativo nas chegadas de países com altos índices de violência, mas não de outros como México, Nicarágua ou Costa Rica", disseram fontes governamentais.

Esse fato levou a Casa Branca a descartar como causa principal um "efeito chamada" derivado das notícias sobre a reforma migratória ou a suspensão temporária das deportações de jovens que chegaram aos Estados Unidos sendo crianças.

"Estamos realizando uma campanha em Honduras e Guatemala para lembrar o perigo que é ir aos Estados Unidos e para esclarecer que os menores não são elegíveis para a ação diferida", o programa que evita a deportação, explicaram os funcionários.

A ação diferida só é aplicável àqueles que residiram de maneira contínua nos Estados Unidos desde junho de 2007 e estudaram ou serviram nas Forças Armadas nesse tempo.

"(Esta crise) ressalta, mais uma vez, a necessidade de abordar o problema da reforma migratória e o sistema quebrado no qual temos que operar", disse hoje em entrevista coletiva o porta-voz adjunto da Casa Branca, Josh Earnest.

A lei proíbe o Departamento de Segurança Nacional de deportar crianças imigrantes se procedem de países que não têm fronteira com este país.

Segundo dados de 2013, 37% dos menores que chegaram aos EUA sem a companhia de um adulto vinha da Guatemala; 26% de El Salvador; 30% de Honduras; seguidos de 3% de mexicanos e 2% de equatorianos.

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