EUA promete apoio 'inabalável' a Israel após ataque do Hamas
Ação sem precedentes do grupo que controla a Faixa de Gaza provocou condenação de aliados de Tel Aviv e celebração de inimigos históricos do Estado israelense
Agência de notícias
Publicado em 7 de outubro de 2023 às 13h50.
Última atualização em 7 de outubro de 2023 às 13h51.
O ataque surpresa sem precedentes orquestrado pelo Hamas contra Israel causou choque ao redor do mundo e reações opostas entre aliados e inimigos dos dois lados.
O governo brasileiro condenou a série de bombardeios e ataques terrestres realizados a partir da Faixa de Gaza. Em nota, o Itamaraty também informa que, como atual presidente do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil convocará uma reunião de emergência do órgão.
- Estados Unidos na guerra: americanos prometem munição, caças e assistência de segurança a Israel
- Pelo menos 200 israelenses morreram e mais de 1,1 mil ficaram feridos, diz Israel
- Japão tem mês de setembro mais quente desde o início dos registros
- Rei da Jordânia adverte Biden quanto a escalada do confronto em Israel
- Brasil fará reunião amanhã no Conselho de Segurança da ONU para debater guerra Israel/Palestina
- Netanyahu promete derrotar Hamas, mas diz que guerra 'levará tempo'
Em Washington, o presidente americano, Joe Biden, disse que falou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a quem reafirmou o apoio "inabalável" e lançou um alerta contra "qualquer outro ator hostil a Israel buscando tirar vantagem da situação".
"Deixei claro ao primeiro-ministro Netanyahu que nós estamos prontos para oferecer meios de apoio apropriados ao governo e ao povo de Israel . Terrorismo nunca é justificável. Israel tem o direito de se defender e o seu povo. Os EUA alertam contra qualquer outra parte hostil à Israel buscando tirar vantagem da situação. O apoio do meu governo à segurança de Israel é sólido e inabalável", disse Biden em um comunicado.
Mais cedo , o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, também falou, em nota, em compromisso “inabalável”, e que os EUA vão garantir que Israel tenha “o que precisar para se defender e proteger civis contra a violência indiscriminada e o terrorismo”.
A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Adrienne Watson, expressou, em um comunicado, a condenação categórica ao ataque e informou que o assessor de Segurança Nacional, Jake Sullivan, conversou com seu homólogo israelense, Tzachi Hanegbi, e seguirá em contato próximo, de acordo com o governo americano.
Em Bruxelas, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, também condenou a ação do grupo palestino. “Notícias sobre civis feitos reféns em suas casas ou levados a Gaza são chocantes. Isso é contra o Direito internacional. Reféns devem ser libertados imediatamente”, escreveu Borrell em uma publicação no X [antigo Twitter].
A Otan — a aliança militar ocidental encabeçada pelos EUA — também condenou o que chamou de “ataques terroristas” contra o aliado” Israel.
E o enviado da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, o norueguês Tor Wennesland, se juntou ao coro de condenações ao Hamas, classificando os ataques de “atrozes” e instando a interrupção “imediata" da ação. “Este é um perigoso precipício e peço a todos que se afastem da beira”, declarou, completando que, “está em contato próximo com todas as partes” para pedir, especialmente que “protejam os civis”.
'Ocupação israelense'
O Egito, que é um ator histórico das tentativas de interlocução entre dos dois lados do conflito no Oriente Médio, defendeu a urgência de que ambos “exercitem a contenção”. Em um comunicado, a chancelaria egípcia apelou a que “os lados palestino e israelense exercitem os mais altos níveis de contenção”.
Jordânia e o Egito foram os primeiros dois países da região a firmar acordos de paz com Israel, antes de uma onda de normalização diplomática apoiada pelos Estados Unidos desde 2020, incluindo os Emirados Árabes Unidos. O chanceler do Egito manteve uma série de contatos por telefone, neste sábado, para, segundo o governo, buscar a intervenção imediata” de “atores internacionais” para evitar o agravamento da crise. Em conversa com o chanceler dos Emirados Árabes Unidos, ambos concordaram sobre a "a gravidade da situação atual e a necessidade de fazer todos os esforços para evitar que a situação de segurança fique fora de controle".
Nos últimos meses, os EUA têm trabalho intensamente para reaproximar os dois principais aliados na região, Israel e Arabia Saudita. Os governos dos três países vinham dando sinais discretos de que um acordo que poderia levar a coroa saudita a reconhecer Israel estava mais próximo do que nunca. No mês passado, o ministro do Turismo israelense, Haim Katz , se tornou o primeiro ministro do país a liderar oficialmente uma comitiva a Riad. Após os ataques deste sábado, o governo saudita também clamou pela interrupção imediata dos confrontos, afirmando que “acompanha de perto os acontecimentos da situação sem precedentes entre um número de facções palestinas e a ocupação israelense”, de acordo com a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do país. Analistas já enxergam nos acontecimento de hoje um duro golpe nas ambições de Washington.
O Irã, maior inimigo de Israel e que não reconhece a existência do Estado israelense, parabenizou os “guerreiros palestinos”. O conselheiro do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, Yahya Rahim Safavi, declarou que o regime “vai estar ao lado dos guerreiros palestinos até a liberação da Palestina e de Jerusalém”, de acordo com a agência de notícias Reuters.
Aliado iraniano e outro rival que já travou guerras contra Israel na região, o Hezbollah libanês também saudou o Hamas pelo que classificou como “operação heroica”. (Com AFP e New York Times)