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EUA lançam operação para lutar contra tráfico de imigrantes

Governo americano informou sobre o início da Operação Coiote, criada para combater o tráfico de pessoas na região de Rio Grande, no Texas

Fronteira dos EUA com o México: operação irá durar 90 dias (Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 11h23.

Washington - O governo dos Estados Unidos informou nesta terça-feira sobre o início da "Operação Coiote", criada para combater o tráfico de pessoas na região de Rio Grande (Texas), por onde estão entrando milhares de crianças centro-americanos de forma ilegal.

O secretário de Segurança Nacional (DHS), Jeh Johnson, explicou em entrevista coletiva que o Serviço de Imigração e Alfândegas (ICE) e a unidade de pesquisas de Segurança Nacional (HSI) lançaram a operação em 23 de junho.

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A operação, que durará 90 dias, permitiu prender durante o primeiro mês 192 traficantes de pessoas ("coiotes") e seus associados.

Além disso, as autoridades apreenderam US$ 625 mil de 288 contas bancárias de organizações de trafico de drogas e de pessoas.

"Nossas fronteiras não estão abertas para a imigração ilegal e, se vêm da América Central, da Guatemala, Honduras ou El Salvador, vamos mandá-los de volta", afirmou.

O governo americano enfrenta um aumento da imigração ilegal procedente destes três países, sobretudo com um aumento da chegada de menores sem companhia de um adulto, que nos últimos dez meses superaram 57 mil e poderiam atingir 100 mil no final de 2014.

Johnson, acompanhado do procurador-geral adjunto, James M. Cole, reiterou o perigo que representa uma viagem na qual os indivíduos se expõem a serem sequestrados, sofrerem maus tratos e abusos sexuais, e frisou que as informações transmitidas pelos "coiotes" são falsas.

"Não há permissões uma vez que um imigrante ilegal chega ao Texas", afirmou. O secretário disse que o governo continua trabalhando com as autoridades destes países -cujos presidentes se reunirão nesta sexta-feira com o presidente Barack Obama em Washington- e com as do México, país de passagem, para reduzir a entrada de imigrantes ilegais.

O secretário afirmou que estão sendo estudadas vias para acelerar os processos para a deportação. Johnson disse que se conseguiu reduzir "consideravelmente" o tempo das repatriações de adultos que vêm com crianças-de 33 a quatro dias- e que estão saindo entre seis e 10 voos diários para estes países centro-americanos com grupos de deportados.

Por outro lado, confirmou que durante as últimas semanas o governo constatou uma queda na detenção de imigrantes irregulares e de menores sem companhia.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, afirmou ontem que segundo os dados das duas primeiras semanas deste mês, a apreensão de menores desacompanhados na zona do vale do Rio Grande desceu de uma média diária de 355 em junho para 150.

"Não declaramos vitória, isto pode ser estacional", disse Johnson, que destacou a "incisiva" e "sustentada" campanha de informação que os Estados Unidos estão fazendo nos países centro-americanos, ao mesmo tempo em que enfatizou a necessidade do Congresso aprovar a liberação dos US$ 3,7 bilhões que Obama propôs para enfrentar a crise.

Durante a Operação Coiote, 501 imigrantes ilegais que viajavam com os traficantes ficaram sob custódia.

Os menores sem companhia de um adulto seguem sendo o maior problema, já que por lei só as crianças de países limítrofes podem ser deportados quase imediatamente.

"Pedimos uma mudança na lei e estamos em discussões com o Congresso para fazer isso", defendeu Johnson sobre uma medida a qual os democratas se opõem.

Johnson explicou que 60 agentes especiais e grupos de apoio, assim como recursos de inteligência e logísticos para fornecer apoio tático e operacional em tempo real foram enviados para a zona do vale do Rio Grande.

A Casa Branca está tentando coordenar uma resposta conjunta e nesta tarde manteve uma teleconferência com os governadores dos estados para informar sobre a situação, na qual participaram Johnson, a secretária de Saúde, Sylvia Burwell, o comissário do Escritório de Fronteiras e Alfândegas (CBP), Gil Kerlikowske, e outros funcionários de ICE, Fema e do Departamento de Justiça.

A administração está trabalhando com os estados para identificar instalações temporários para alojar os menores, embora "nenhuma ação" substitui "soluções duradouras" como uma reforma migratória integral, avaliou a Casa Branca em um comunicado, no qual pediu ao Congresso que atue para ajudar a amenizar o problema.

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