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EUA investigam participação da Rússia em ataque químico na Síria

Uma fonte anônima acusou a Rússia de articular uma campanha de desinformação para "confundir o mundo" sobre o uso de gás sarin por parte de Damasco

Síria: a inteligência dos EUA não acredita que o EI possua gás sarin, o agente químico que supostamente foi usado e causou a morte de mais de 80 pessoas (Ammar Abdullah/Reuters)

Síria: a inteligência dos EUA não acredita que o EI possua gás sarin, o agente químico que supostamente foi usado e causou a morte de mais de 80 pessoas (Ammar Abdullah/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de abril de 2017 às 15h57.

Última atualização em 11 de abril de 2017 às 16h21.

O governo dos Estados Unidos está investigando uma possível cooperação da Rússia no ataque químico realizado na Síria há uma semana, afirmou nesta terça-feira um funcionário da Casa Branca que pediu para não ser identificado.

"Como é possível que suas forças estiveram aquarteladas junto com as forças sírias que planejaram, prepararam e realizaram este ataque com uma arma química na mesma instalação, e não tiveram conhecimento prévio?", perguntou o funcionário.

"Pensamos que é uma boa pergunta que os russos devem fazer", acrescentou.

O funcionário acrescentou que as forças sírias e os assessores militares russos operam "em proximidade, inclusive no nível operacional", mas admitiu que no momento "não há um consenso sobre a extensão sobre como interpretar essas informações que continuamos recebendo".

De acordo com essa fonte, as autoridades de Moscou iniciaram uma campanha de desinformação concebida para "confundir o mundo", atribuindo a responsabilidade pelo ataque ao grupo radical Estado Islâmico (EI) e a outras forças que enfrentam o governo de Bashar al Assad.

As declarações desse funcionário da Casa Branca foram conhecidas pouco depois de o secretário de Estado, Rex Tillerson, aterrizar em Moscou para uma visita de alto nível em que a Síria certamente terá um lugar de destaque.

Tillerson prevê para quarta-feira um encontro com seu contraparte russo, Sergei Lavrov.

Nesta terça-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, advertiu que não pode confirmar se uma reunião do secretário de Estado com o presidente russo, Vladimir Putin, está na agenda.

Tillerson, ex-diretor-geral da Exxon, conhece pessoalmente Putin, que chegou, inclusive, a condecorá-lo com a Ordem da Amizade. Tillerson foi diretor da empresa russo-americana Exxon Neftegas entre 1998 e 2001.

Estados Unidos, França e o Reino Unido apresentaram nesta terça-feira um projeto de resolução ao Conselho de Segurança das Nações Unidas pedindo uma investigação sobre o ataque químico na Síria.

Pelo menos 87 pessoas, 31 delas crianças, morreram nasemana passada em Jan Sheijun, na província de Idlib (noroeste).

Em represália, Washington ordenou disparar 59 mísseis de cruzeiro Tomahawk de navios de guerra no Mediterrâneo contra a base aérea síria de Shayrat, causando fortes danos.

Até agora, nenhuma iniciativa diplomática conseguiu estabelecer um cessar-fogo duradouro em um país onde já morreram mais de 320.000 pessoas de março de 2011 e milhões perderam de suas casas.

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