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EUA impõem sanções à Rússia por tentativa de influenciar eleições

O presidente Barack Obama disse em nota que as sanções são uma resposta apropriada às atitudes de hackers russos durante a corrida eleitoral deste ano

Rússia: o país puniu nove entidades e indivíduos, além de expulsar 35 agentes de inteligência russo (Getty Images)

Rússia: o país puniu nove entidades e indivíduos, além de expulsar 35 agentes de inteligência russo (Getty Images)

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Clara Cerioni

Publicado em 29 de dezembro de 2016 às 17h57.

Última atualização em 29 de dezembro de 2016 às 18h48.

São Paulo – Os Estados Unidos decretaram nesta quinta-feira (29) uma série de sanções contra a Rússia pelos seus esforços em influenciar as eleições americanas de 2016 e avisaram que mais ações estão por vir.

As medidas incluem a expulsão de 35 agentes de inteligência russos em Washington e São Francisco e o fechamento de duas unidades dos serviços de inteligência do país liderado por Vladimir Putin, nos Estados Unidos. A Secretaria do Tesouro também identificou dois russos que usaram meios cibernéticos para se apropriar de fundos e informações pessoais.

Além dessas sanções, os EUA puniram nove entidades e indivíduos, incluindo o GRU e o FSB, dois serviços de inteligência russos, quatro funcionários do GRU e três empresas que davam suporte à GRU.

Em nota, o presidente Barack Obama afirmou que o roubo de dados e a divulgação de informações durante as eleições deste ano só podem ter sido arquitetados pelos níveis mais altos do governo russo e não são suficientes para responder às agressividades da Rússia.

"Estas ações não representam a totalidade de nossa resposta às atividades agressivas da Rússia. Continuaremos a adotar uma variedade de medidas no momento e local de nossa escolha, algumas delas não serão divulgadas”, disse o líder.

O presidente anunciou que sua administração vai providenciar nos próximos dias um relatório sobre “os esforços russos para interferir em nossa eleição, bem como uma ciberatividade maliciosa relacionada ao nosso ciclo eleitoral em eleições anteriores”.

Obama pediu ainda para que seus aliados se unam aos americanos e se oponham aos esforços russos para enfraquecer as normas internacionais de diplomacia entre países. No comunicado, o presidente dos EUA também acusa a Rússia de tentar interferir em governos democráticos.

Sansões imediatas

As medidas adotadas pelo governo americano já começaram a ser implantadas. Um alto funcionário da Casa Branca, disse à agência Reuters, em condição de anonimato, que os agentes de inteligência russos terão 72 horas para deixar os EUA.

Além disso, o acesso às instalações serão negadas a todas as autoridades russas a partir do meio-dia na sexta-feira, acrescentou.

“Estas ações foram tomadas em resposta ao assédio russo a diplomatas norte-americanos e ações dos diplomatas que avaliamos não terem sido consistentes com a prática diplomática”, disse a autoridade à Reuters.

Donald Trump

Assim que Barack Obama anunciou que divulgaria as sanções contra a Rússia, o presidente eleito, Donald Trump, disse que o país deve seguir em frente ao invés de se preocupar com o resultado das eleições presidenciais de 2016.

Durante uma entrevista na noite de quarta-feira (28), na Flórida, Trump falou aos repórteres que "os computadores complicaram a vida das pessoas e ninguém mais sabe o que exatamente está acontecendo".

Já na tarde desta quinta-feira, Sean Spicer, porta-voz da equipe de transição de Trump, disse que se os EUA têm provas claras de intervenção nas eleições, é preciso divulgá-las.

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