São Paulo – Enquanto o presidente Barack Obama se preparava para liderar uma discussão na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as estratégias para o combate ao Estado Islâmico (EI), um comitê bipartidário do Congresso divulgou um explosivo relatório que cravou que o país falhou em barrar americanos de se juntarem a grupos extremistas em países que são hoje alvo de conflitos, como a Síria e o Iraque.
E o relatório alerta: a velocidade com a qual americanos estão sendo radicalizados está hoje sobrecarregando a capacidade das autoridades de monitorar e interceptar suspeitos de ataques terroristas. “Os EUA não têm uma estratégia nacional para o combate de jihadistas e não produziu sequer uma em dez anos”, criticaram.
O documento é resultado de uma pesquisa conduzida por seis meses e diz ser uma das maiores análises já feitas sobre a estratégia de combate ao terrorismo no pós-11 de setembro. Sua publicação foi realizada com o aval do Congresso do país e da Casa Branca.
Jihadistas gringos
A pesquisa contém dezenas de constatações, como o perfil dos jihadistas estrangeiros que se juntaram a grupos extremistas, os métodos mais recorrentes para o recrutamento dessas pessoas e as dicas que os recrutadores dão para uma viagem tranquila e despercebida aos olhos das autoridades.
Uma das dicas é que o futuro combatente dê preferência para a compra de passagens para lugares turísticos que não despertem suspeitas e que só de lá sigam para a Turquia. Um americano que foi para a Síria, revelou o relatório, comprou uma passagem só de ida para a Grécia com escala em Istambul. Mais tarde descobriu-se que ele jamais embarcou para o seu destino final.
Desde 2011, mostrou a investigação, 25 mil estrangeiros viajaram para países turbulentos com esse objetivo. Desse total, 4.500 vêm de países ocidentais e 250 são cidadãos americanos.
“Estamos testemunhando a maior convergência global de jihadistas na história”, pontua o relatório. ”Muitos foram lutar contra Bashar al-Assad na Síria, mas a maioria agora está se alistando ao EI inspirados em fazer parte do seu califado e da expansão de sua sociedade repressiva”.
Uma solução? Bom, ainda segundo o relatório, a interrupção do fluxo de estrangeiros depende também da capacidade de o mundo conseguir lidar com os problemas desses locais em suas origens “e, no longo prazo, prevenir a ressurgimento de santuários terroristas”.
Deserção
Ao mesmo tempo em que o fluxo de jihadistas para o EI parece não dar sinais de que cessará tão logo, um estudo recente conduzido pela The International Centre for Study of Radicalisation and Political Violence da King’s College London notou o surgimento de um movimento de desertores do grupo.
De acordo a pesquisa, algumas razões dadas por ex-combatentes para o abandono tinham um tom de desilusão. Muitos se decepcionaram ao perceber que a luta contra Assad não era prioridade e criticaram a violência contra os muçulmanos sunitas. Outros disseram ter se desapontado com a qualidade de vida nos territórios do EI e temiam missões suicidas.
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1. Crueldade
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1/10 (Reuters)
São Paulo – Especialistas iniciaram na manhã de hoje escavações em doze covas coletivas encontradas na região de Trikrit, no
Iraque. De acordo com informações da rede de notícias americana
CNN, é possível que os restos mortais de 1.700 soldados mortos pelo grupo Estado Islâmico (
EI) sejam recuperados. A descoberta comprovaria a veracidade de um vídeo divulgado pelo grupo há alguns meses e no qual era exibida a execução de centenas de soldados iraquianos que estavam dispostos em uma linha que parecia não ter fim. Os soldados, informou a
Reuters, teriam sido capturados em uma antiga base dos Estados Unidos. “A cena é de partir o coração”, contou um oficial ouvido pela rede que esteve no local. “Não conseguimos conter as lágrimas. Que tipo de bárbaro poderia matar 1.700 pessoas a sangue frio?”, indagou. As covas coletivas são mais um ato de violência na lista de barbáries já cometidas pelo grupo desde que ganhou força no ano passado e passou a expandir os seus domínios em regiões da
Síria e do Iraque. Relembre nas imagens outros casos chocantes protagonizados pelo grupo.
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2. Decapitações de reféns ocidentais
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2/10 (AFP)
Ensaiadas à exaustão, filmadas e divulgadas mundo afora via redes sociais, as decapitações, especialmente aquelas realizadas em reféns ocidentais, se tornaram um símbolo da brutalidade do EI. Um dos primeiros ocidentais a ser publicamente executado pelo grupo foi o jornalista americano James Foley. Pouco tempo depois da divulgação do vídeo de Foley em agosto do ano passado, o EI viralizou vários outros. Neles foram exibidas as mortes de pessoas como o Steven Sotloff, jornalista americano sequestrado em agosto de 2013 e morto no início de setembro de 2014, e David Haines, um trabalhador humanitário britânico abduzido em março de 2013 e assassinado poucas semanas depois de Sotloff.
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3. E de cristãos na Líbia
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3/10 (Reprodução)
Os horrores das decapitações do Estado Islâmico (EI), contudo, não ficaram reservados apenas aos reféns ocidentais. No início de fevereiro, o EI
divulgou um vídeo no qual foram degolados 21 cristãos egípcios.
De acordo com informações da agência de notícias EFE, as vítimas haviam sido sequestradas na região de Tripoli, capital da Líbia, e simbolizavam uma espécie de vingança contra o Egito por conta de um episódio no qual uma mulher cristã foi presa depois de se converter ao islã.
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4. A morte do piloto jordaniano
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4/10 (Social media via Reuters)
Depois de anunciar a decapitação do jornalista japonês Kenji Goto, o EI divulgou um vídeo no qual
mostrava um piloto jordaniano sendo queimado vivo. Maaz al-Kassasbeh foi sequestrado em dezembro, depois que sua aeronave foi derrubada pela artilharia do grupo nas redondezas de Raqqa, conhecida informalmente como a capital do EI. Como consequência da morte brutal do militar, a
Jordânia intensificou os bombardeios realizados contra os militantes.
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5. Recrutamento de crianças
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5/10 (Reprodução/Live Leak)
Outra atrocidade cometida pelo grupo é o constante recrutamento de crianças para batalha ou para operações suicidas. De acordo com entidades de ajuda humanitária, desde o início de 2015, 400 crianças foram
absorvidas aos quadros de militantes do EI. Muitas se juntam ao grupo com a conivência dos pais, mas tantas outras acabam sendo seduzidas por recrutadores a fugirem de suas famílias. Um exemplo que chocou o mundo apareceu em mais um vídeo do EI divulgado nas redes sociais. Nele, era mostrada a execução de reféns por uma criança que não aparentava ter mais de 12 anos de idade.
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6. Genocídio da minoria Yazidi
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6/10 (Rodi Said/Reuters)
Desde que iniciou a sua expansão territorial, o Estado Islâmico (
EI) vem atacando a minoria Yazidi,
historicamente estabelecida no norte do Iraque. Como consequência dos atos brutais contra este povo, a Organização das Nações Unidas (
ONU)
acusa o EI de estar cometendo um crime de genocídio, uma vez que demonstra ter o objetivo de dizimá-los enquanto grupo.
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7. A tortura de seus reféns
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7/10 (Nicole Tung/AFP)
Reféns ocidentais que foram libertados pelo Estado Islâmico (
EI)
contaram ao mundo como era a rotina de horror a qual foram diariamente submetidos enquanto em cativeiro. De acordo com os relatos, a tortura era uma ferramenta comum dos militantes e era assim que eles buscavam informações sobre, por exemplo, o propósito da ida de seus reféns para a Síria. Os métodos consistiam em espancamentos e até
mesmo a simulação de afogamento.
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8. Terror em campo de refugiados
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8/10 (Rani Al-Sayed/AFP)
Até então restrito ao norte da
Síria, o EI mostra que aos poucos está avançando até a capital do país, Damasco. Nesta semana, veio à tona a notícia de que o grupo invadiu um campo de refugiados nas redondezas da cidade e que agora
controla 90% dele. Os outros 10% estãos nas mãos de uma milícia formada por palestinos e sírios que vivem no campo e que lutam contra o regime de Bashar al-Assad. Segundo informações da rede de notícias Reuters, o local é habitado por 18 mil pessoas. Na análise da ONU, a
situação no campo é “além de desumana”, pois a entidade não conseguiu enviar comida, remédio e água para as pessoas que lá vivem desde que os conflitos dentro do campo começaram.
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9. A destruição de antiguidades
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9/10 (Reprodução/Youtube/Josue Leon)
Há poucos meses, o EI divulgou
vídeos nos quais seus militantes apareciam destruindo antiguidades em sítios arqueológicos e até museus de diferentes regiões do Iraque. Em Mosul, por exemplo, homens aparecem armados com martelos e brocas derrubando e destruindo estátuas datadas do século 7 a.C e cujos valores são inestimáveis.
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10. Agora veja os números da violência na Síria
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10/10 (Reuters)