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EUA e Rússia mantêm primeiros contatos militares sobre Síria

"A conversa mostrou que seus dois pontos de vista são próximos, inclusive idênticos, na maioria dos problemas mencionados", assegurou o porta-voz russo

Rebeldes se deslocam em um tanque: "a necessidade de coordenar os esforços bilaterais e multilaterais para combater o terrorismo internacional foi o centro da reunião", acrescentou ministério russo (Ali Nasser/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2015 às 17h28.

Estados Unidos e Rússia mantiveram conversações sobre o tema da Síria, ao mesmo tempo em que Moscou informou estar disposta a estudar o envio de tropas para ajudar o regime sírio em sua luta contra o terrorismo se o presidente Bashar al-Assad pedir.

O ministro da Defesa russo, Serguei Choigu, e seu colega americano, o secretário Ashton Carter, que jamais haviam conversado pessoalmente, abordaram durante uma hora a situação na Síria, em um primeiro encontro que o porta-voz do Pentágono, Peter Cook, classificou de "construtivo".

As relações diretas entre militares dos dois países estavam suspensas há meses porque os Estados Unidos e a Otan romperam contatos em abril do ano passado como protesto ante a intervenção russa na Ucrânia.

"A conversa mostrou que seus dois pontos de vista são próximos, inclusive idênticos, na maioria dos problemas mencionados", assegurou, por sua parte, o porta-voz do ministério russo da Defesa, Igor Konachenkov, citado pela agência de notícias oficial TASS.

"A necessidade de coordenar os esforços bilaterais e multilaterais para combater o terrorismo internacional foi o centro da reunião", acrescentou.

Pouco antes do encontro, o presidente Barack Obama considerou que conversações entre militares dos dois países eram a "próxima etapa importante", segundo o secretário de Estado, John Kerry, que se reuniu três vezes com seu colega russo Serguei Lavrov em uma semana.

Choigu e Carter concordaram em continuar com as conversas sobre a Síria, segundo seus porta-vozes.

Envio de tropas

A reunião entre os dois ministros aconteceu horas depois que o Kremlin se declarou disposto a estudar um possível envio de tropas à Síria,se assim pedir o presidente Bashar al Assad.

"Mas é difícil falar disso porque continua sendo hipotético", enfatizou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

O ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Mualem, assegurou nesta quinta-feira que o exército sírio ainda não combateu junto a tropas russas, mas que estuda esta possibilidade.

"Quando for necessário, nada poderá impedir essa cooperação com os russos", acrescentou, em uma entrevista para a televisão estatal.

O presidente russo Vladimir Putin afirmou, no início de setembro, que ainda era prematuro falar de uma intervenção russa na Síria para lutar contra o grupo Estado Islâmico (EI).

Apesar de Moscou jamais esconder a venda de armas ao regime de Damasco, o país não tomou medidas adicionais para reforçar sua presença na Síria, garantiu Lavrov.

Bombardeios do regime

Washington há dias acusa Moscou de aumentar o número de soldados russos na Síria, principalmente em Latakia (noroeste), reduto do regime de Damasco, onde dirigentes americanos afirmam que a Rússia constrói uma "base aérea avançada".

Oficialmente, a Rússia apenas está presente na Síria em suas instalações militares no porto de Tartus, às margens do Mediterrâneo.

A Rússia reclamou em várias ocasiões junto à coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos que coopere com o exército sírio.

O presidente Putin propôs, além disso, a criação de outra coalizão militar com a Turquia, Arábia Saudita e o exército sírio para lutar contra os jihadistas.

O conflito sírio já deixou 240.000 mortos em quatro anos e meio e é um dos principais motivos para a migração em massa para países da Europa.

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Estados Unidos e Rússia mantiveram conversações sobre o tema da Síria, ao mesmo tempo em que Moscou informou estar disposta a estudar o envio de tropas para ajudar o regime sírio em sua luta contra o terrorismo se o presidente Bashar al-Assad pedir.

O ministro da Defesa russo, Serguei Choigu, e seu colega americano, o secretário Ashton Carter, que jamais haviam conversado pessoalmente, abordaram durante uma hora a situação na Síria, em um primeiro encontro que o porta-voz do Pentágono, Peter Cook, classificou de "construtivo".

As relações diretas entre militares dos dois países estavam suspensas há meses porque os Estados Unidos e a Otan romperam contatos em abril do ano passado como protesto ante a intervenção russa na Ucrânia.

"A conversa mostrou que seus dois pontos de vista são próximos, inclusive idênticos, na maioria dos problemas mencionados", assegurou, por sua parte, o porta-voz do ministério russo da Defesa, Igor Konachenkov, citado pela agência de notícias oficial TASS.

"A necessidade de coordenar os esforços bilaterais e multilaterais para combater o terrorismo internacional foi o centro da reunião", acrescentou.

Pouco antes do encontro, o presidente Barack Obama considerou que conversações entre militares dos dois países eram a "próxima etapa importante", segundo o secretário de Estado, John Kerry, que se reuniu três vezes com seu colega russo Serguei Lavrov em uma semana.

Choigu e Carter concordaram em continuar com as conversas sobre a Síria, segundo seus porta-vozes.

Envio de tropas

A reunião entre os dois ministros aconteceu horas depois que o Kremlin se declarou disposto a estudar um possível envio de tropas à Síria,se assim pedir o presidente Bashar al Assad.

"Mas é difícil falar disso porque continua sendo hipotético", enfatizou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

O ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Mualem, assegurou nesta quinta-feira que o exército sírio ainda não combateu junto a tropas russas, mas que estuda esta possibilidade.

"Quando for necessário, nada poderá impedir essa cooperação com os russos", acrescentou, em uma entrevista para a televisão estatal.

O presidente russo Vladimir Putin afirmou, no início de setembro, que ainda era prematuro falar de uma intervenção russa na Síria para lutar contra o grupo Estado Islâmico (EI).

Apesar de Moscou jamais esconder a venda de armas ao regime de Damasco, o país não tomou medidas adicionais para reforçar sua presença na Síria, garantiu Lavrov.

Bombardeios do regime

Washington há dias acusa Moscou de aumentar o número de soldados russos na Síria, principalmente em Latakia (noroeste), reduto do regime de Damasco, onde dirigentes americanos afirmam que a Rússia constrói uma "base aérea avançada".

Oficialmente, a Rússia apenas está presente na Síria em suas instalações militares no porto de Tartus, às margens do Mediterrâneo.

A Rússia reclamou em várias ocasiões junto à coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos que coopere com o exército sírio.

O presidente Putin propôs, além disso, a criação de outra coalizão militar com a Turquia, Arábia Saudita e o exército sírio para lutar contra os jihadistas.

O conflito sírio já deixou 240.000 mortos em quatro anos e meio e é um dos principais motivos para a migração em massa para países da Europa.

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