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EUA divulgam relatório sobre clima contrário ao discurso de Trump

O relatório afirma que os EUA sofrem os impactos das mudanças climáticas, com tempestades mais frequentes e intensas

Trump: em diversas ocasiões, Trump questionou a responsabilidade humana sobre os efeitos do aquecimento global (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: em diversas ocasiões, Trump questionou a responsabilidade humana sobre os efeitos do aquecimento global (Kevin Lamarque/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 3 de novembro de 2017 às 21h12.

O Relatório Especial de Ciência Climática divulgado hoje (3) pela administração de Donald Trump afirma ser extremamente provável que as atividades humanas, especialmente a emissão de gases do efeito estufa, sejam a causa dominante do aquecimento global observado desde a metade do século 20.

"Não há nenhuma explicação alternativa convincente para o aquecimento global do último século que seja baseada na mesma extensão de evidências observadas", diz o estudo de um grupo de mais de 50 cientistas do governo norte-americano, segundo informações da agência Reuters.

O relatório afirma que os Estados Unidos sofrem os impactos das mudanças climáticas, com tempestades mais frequentes e intensas, os incêndios florestais mais extensos e maior número de inundações.

Há ainda um alerta para o risco de elevação do nível do mar. De acordo com o relatório, a média global do nível do mar deve crescer “ao menos diversos centímetros nos próximos 15 anos” por conta do aumento de temperaturas.

A publicação do relatório é uma exigência de uma lei aprovada em 1990 pelo Congresso dos Estados Unidos e apresenta estudos produzidos por diversas agências federais e por acadêmicos.

A comunidade científica chegou a especular que o governo de Donald Trump pudesse editar o conteúdo ou impedir a publicação do documento, uma vez que as informações contradizem o discurso e a política de Trump para a questão do clima.

Em diversas ocasiões, o presidente questionou a responsabilidade humana sobre os efeitos do aquecimento global.

Nos últimos meses, a Casa Branca tem trabalhado para impulsionar a indústria de combustíveis fósseis e revogar leis criadas pelo ex-presidente Barack Obama para incentivar a produção de energia limpa.

Em junho, Trump anunciou a saída do país do Acordo de Paris, assinado por 195 nações para combater os efeitos das mudanças climáticas.

Diversas empresas e estados confrontaram o presidente e afirmaram que vão cumprir as metas, mesmo que os Estados Unidos abandonem o pacto.

Apesar da decisão do presidente, os Estados Unidos vão participar da Conferência do Clima em Bonn, na Alemanha, marcada para semana que vem. O encontro vai discutir a implementação do Acordo de Paris.

Os Estados Unidos participarão do evento porque o tratado determina que nenhum país pode abandoná-lo antes de 2020.

O porta-voz da Casa Branca Raj Shah disse hoje que “o governo apoia análises científicas rigorosas e debate e encoraja comentários públicos sobre esboços de documentos sendo divulgados hoje.”

*Com informações da agência Reuters.

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