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EUA divulgam milhares de documentos sobre morte de Kennedy

Especialistas aguardavam a divulgação dos 3.100 documentos ainda considerados sigilosos, mas apenas 2.891 foram liberados on-line

Kennedy: ele foi morto em 22 de novembro de 1963 em Dallas (Texas) (National Archives/Getty Images)
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AFP

Publicado em 27 de outubro de 2017 às 08h14.

Última atualização em 27 de outubro de 2017 às 08h27.

O governo dos Estados Unidos divulgou nesta quinta-feira 2.891 documentos sobre o assassinato do presidente John F. Kennedy no site dos Arquivos Nacionais, mas manteve outros em sigilo por motivos de segurança.

Especialistas aguardavam a divulgação dos 3.100 documentos ainda considerados sigilosos, 50 anos depois da morte do jovem presidente, em 22 de novembro de 1963 em Dallas (Texas). Finalmente, 2.891 foram divulgados on-line.

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"Por solicitação" de alguns setores do governo e das agências de inteligência, o presidente Donald Trump "autorizou reter temporariamente algumas informações que poderiam atentar contra a segurança nacional", indicou um comunicado dos Arquivos Nacionais.

O presidente informou que "departamentos executivos e agências propuseram que algumas informaçõescontinuassem sendo reservadas por razões de segurança nacional, legal e de política externa".

"Não tive outra opção senão aceitar essas edições a fim de não causar um dano potencialmente irreversível à segurança da nossa nação", acrescentou.

Trump concordou em adiar a publicação de alguns documentos vinculados ao assassinato a pedido da CIA, do FBI e de outras agências, anunciaram mais cedo fontes do governo.

O presidente deu seis meses para que esses órgãos exponham as razões que justifiquem a retenção desses documentos, segundo as fontes.

"Há informação sensível nesses arquivos", ressaltou um responsável, está principalmente relacionada a informantes e sua participação nas investigações.

A Comissão Warren, que investigou o assassinato do carismático presidente de 46 anos em 22 de novembro de 1963 em Dallas (Texas), chegou à conclusão de que o mesmo foi cometido por um franco-atirador solitário, o ex-marine Lee Harvey Oswald.

Esse veredito não pôs fim à especulação sobre a existência de um complô para assassinar o 35º presidente dos Estados Unidos.

Centenas de livros e filmes, como "JFK", de Oliver Stone (1991), alimentaram a teoria da conspiração, sugerindo rivais da Guerra Fria como a União Soviética e Cuba, a máfia e até o vice-presidente Lyndon B. Johnson.

A iniciativa de publicar os documentos está de acordo com uma lei do Congresso de 26 de outubro de 1992, que exigiu que os registros sobre o assassinato mantidos no Arquivo Nacional fossem divulgados na íntegra 25 anos depois.

Teorias de conspiração sobreviverão

Especialistas sobre o assassinato de Kennedy acreditam que os documentos não irão afastar as teorias sobre uma complô.

Mas a avalanche e variedade de documentos promete manter ocupados os curiosos: de memorandos do diretor do FBI a interrogatórios com testemunhas em Dallas que deram pistas após o assassinato, um fato muito importante na história dos Estados Unidos.

Alguns incluem notas manuscritas difíceis de ler.

"Muitas pessoas pensam que eles (...) conterão uma solução para o caso sobre a qual todos possam concordar, mas isto não vai acontecer", disse Gerald Posner, autor do livro "Case Closed", que concluiu que Oswald realmente agiu sozinho.

"Ninguém vai abandonar sua crença em uma conspiração só porque a liberação dos arquivos não prova isso", acrescentou. "Eles dirão que (a prova) deve ter sido destruída ou escondida".

Larry Sabato, professor de política da Universidade da Virgínia e autor de "The Kennedy Half Century", observou que os documentos retidos vão alimentar as especulações.

"O que quer que eles estejam segurando será chamado de Pedra de Rosetta", disse Sabato à AFP. "Só alimentará mais teorias da conspiração".

Oswald, que desertou para a União Soviética em 1959, mas retornou aos Estados Unidos em 1962, foi preso logo após o assassinato de Kennedy, depois de matar um policial de Dallas.

O assassino foi morto a tiros dois dias depois por um dono de boate, Jack Ruby, quando ele estava sendo transferido da prisão.

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