Justin Trudeau: O dispositivo foi derrubado no sábado sobre a região de Yukon, na fronteira com o Alasca, onde caças americanos derrubaram outro objeto, na sexta-feira, 10 (Patrick Doyle/Reuters)
AFP
Publicado em 12 de fevereiro de 2023 às 11h28.
Um caça dos EUA abateu um objeto não identificado no Canadá, no sábado (11), em uma operação conjunta dos dois países. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou que ele mesmo ordenou a derrubada do avião, no mais recente de uma série de intrusões aéreas.
I ordered the take down of an unidentified object that violated Canadian airspace. @NORADCommand shot down the object over the Yukon. Canadian and U.S. aircraft were scrambled, and a U.S. F-22 successfully fired at the object.
— Justin Trudeau (@JustinTrudeau) February 11, 2023
"As Forças Aéreas do Canadá e dos Estados Unidos agiram juntas, e um F-22 dos Estados Unidos disparou no objeto", tuitou Trudeau.
O premiê disse ter falado com o presidente americano, Joe Biden, sobre o episódio, enquanto sua ministra da Defesa, Anita Anand, conversou com seu homólogo dos EUA, Lloyd Austin.
"Reafirmamos que sempre defenderemos nossa soberania juntos", tuitou Anand.
A operação, envolvendo aviões do Canadá e dos Estados Unidos, foi realizada depois de os Estados Unidos terem afirmado, na quarta-feira, 8, que a China tem "uma frota" de balões espiões nos cinco continentes.
"O presidente Biden autorizou um caça americano designado para o Comando Americano de Defesa Aeroespacial (NORAD, na sigla em inglês) para trabalhar com o Canadá para abater um objeto de alta altitude sobre o norte do Canadá hoje", explicou o porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, em um comunicado.
Um caça F-22 que monitorava o objeto disparou um míssil AIM 9X que o derrubou, acrescentou a nota.
A Casa Branca disse que Biden e Trudeau "encomendaram ao NORAD e ao Comando Norte dos Estados Unidos uma parceria forte e eficaz e concordaram em continuar sua estreita cooperação para detectar, rastrear e defender nosso espaço aéreo".
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O dispositivo foi derrubado no sábado sobre a região de Yukon, na fronteira com o Alasca, onde caças americanos puseram outro objeto abaixo, na sexta-feira, 10, na costa norte do estado, perto da cidade de Deadhorse.
As operações de busca e recuperação continuaram no sábado, mas foram prejudicadas pelo "vento frio, neve e pouca luz do sol", disse o Comando Norte dos EUA, em um comunicado.
"As atividades de recuperação são realizadas no gelo marinho", relata o texto, acrescentando que o Pentágono "não deu mais detalhes (...) do objeto, incluindo suas capacidades, propósito, ou origem".
Pouco depois dessa operação, os Estados Unidos informaram que estavam fechando o espaço aéreo do estado de Montana, devido à detecção de um objeto que "poderia interferir no tráfego aéreo comercial". Minutos depois, informaram que o alerta decorreu de uma falha de radar.
No mês passado, um balão gigante com materiais eletrônicos, os quais o Pentágono garante serem para espionagem, sobrevoou o Canadá e os Estados Unidos. O episódio causou um incidente diplomático. A China reconheceu que o dispositivo era seu, mas assegurou que tinha fins meteorológicos e saiu de curso.
O balão atravessou o espaço aéreo do Alasca, do Canadá e de boa parte dos Estados Unidos, o que provocou o cancelamento de uma viagem incomum do secretário de Estado americano, Antony Blinken, à China.
Segundo Washington, o dispositivo passou por cima de várias instalações militares sensíveis dos EUA, algumas com silos de mísseis balísticos intercontinentais
Autoridades americanas disseram que as imagens do balão mostraram que ele tinha equipamento de vigilância que poderia interceptar as comunicações, além de painéis solares para alimentar vários sensores.